Na tarde da última terça, 4, Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva a VEJA na qual falou sobre o seu governo e o momento atual da campanha. Animado com a votação do primeiro turno e as alianças que havia acabado de fechar com novos aliados, a exemplo do governador mineiro Romeu Zema, o presidente afirmou que pretende usar no segundo turno em escala maior alguns trunfos que já vem exibindo na campanha, como a melhora dos indicadores econômicos, as promessas de continuidade de políticas liberais (“vamos potencializar as privatizações”) e, sobretudo, a ênfase na comparação de seu governo com o do rival Lula. “Vamos simplesmente mostrar que fizemos muito melhor do que ele”, declarou. Em seguida, assegurou que vai manter o nível do debate: “Não vou sair do sério”.
Em um determinado momento da conversa, fez um mea-culpa das polêmicas com as mulheres: “Eu errei”, disse. Ao mesmo tempo, no entanto, apesar do esforço para se mostrar mais equilibrado e não perder a linha, sempre que provocado, atacou não apenas Lula (“ele tem uma capacidade enorme de mentir sem ficar vermelho”) e outros velhos inimigos, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, sem deixar de lado as antigas teorias conspiratórias, que vão da ameaça da volta do comunismo às supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas: “Não podemos, como eu sempre disse, acabar as eleições com o manto da desconfiança. O ideal era termos o voto impresso. Infelizmente, não foi possível. Tem o sentimento da opinião pública que houve coisa errada. Tem esse sentimento. Sempre fico preocupado”.