Em posse, Paes cita ‘herança perversa’ e promete regularizar contas no Rio
Prefeito eleito pela terceira vez fez duras críticas a seu antecessor, Marcelo Crivella, e anunciou medidas econômicas e de combate ao novo coronavírus

‘O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), tomou posse nesta sexta-feira, 1º, em cerimônia na Câmara Municipal da cidade. Em seu discurso, ]criticou a gestão de seu antecessor, Marcelo Crivella (Republicanos), atualmente cumprindo prisão domiciliar, mas pregou união e se comprometeu com a recuperação das contas públicas e da economia do Rio.
“Nunca na história da cidade do Rio de Janeiro um prefeito recebeu de seu antecessor uma herança tão perversa. Servidores esperando pagamentos que não vêm, 15 folhas de salários para o próximo ano e um desafio fiscal colossal que alcança a marca de 10 bilhões de reais. Esse é o cenário desastroso das finanças da prefeitura, mas não desastroso suficiente para nos abater. Vamos recompor o caixa”, discursou Paes. “Não ficaremos olhando para trás e reclamando de herança maldita.”
Uma de suas primeiras ações como prefeito foi abrir quatro investigações contra a gestão de Crivella, por meio de decretos no Diário Oficial do Rio. “Nosso objetivo é que o Rio passe a ser paradigma nas formas de fazer política e gerir a coisa pública. Referência nacional em transparência, integridade e combate à corrupção”, defendeu.
Ao assumir a prefeitura pela terceira vez (antes, governou de 2009 a 2016), Paes anunciou medidas econômicas e de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Entre elas estão a criação de novos leitos em hospitais e a suspensão de concursos públicos para conter gastos do governo.
Segundo a prefeitura, serão criados 343 novos leitos para tratamento de pacientes de Covid-19 a partir de janeiro. Além disso, serão abertas 193 vagas na rede pública e será feito chamamento para 150 na rede privada. Em seu discurso de posse, Paes afirmou que no próximo domingo anunciará mais medidas de enfrentamento à pandemia.
O prefeito disse ainda que apresentará ao parlamento uma lei de emergência fiscal “para desindexar os contratos, desvincular receitas, desobrigar despesa e ampliar todo o arcabouço de responsabilidade fiscal.”
Entre as medidas anunciadas estão também cortes percentuais de gastos, revisão de contratos em vigor e auditorias de pagamentos e dívidas. O custo com despesas não obrigatórias da Prefeitura, assim como o de cargos, sofrem corte de 30%. O maior percentual de diminuição, no entanto, é com encargos, que devem cair pela metade.
Por fim, Paes afirmou que que pretende realizar um “governo disruptivo e transformador”, com ênfase no combate ao racismo. “Essa chaga brasileira tem que ser superada de uma vez por todas, e queremos ser exemplos disso. Montamos um time de secretários jovens e com caras novas”, revelou.
(com Agência Brasil)