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Em Minas, PT tem teste de fogo e pode reerguer Dilma

Chamuscado por denúncias de corrupção contra Aécio Neves, PSDB tenta recuperar força no estado com Anastasia, que lidera pesquisas

Por Estêvão Bertoni Atualizado em 14 ago 2018, 15h30 - Publicado em 11 ago 2018, 13h13

Manter-se no poder em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, com 15,7 milhões de eleitores, será o teste de fogo do PT nas eleições estaduais deste ano. A tarefa, porém, não será fácil para o governador Fernando Pimentel.

Alvo de duas denúncias em 2016, ele é acusado sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter beneficiado empresas privadas quando ocupava o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, no governo Dilma.

Também teve seu nome citado em delações na Operação Acrônimo, que investiga lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais. Pimentel nega as acusações e já afirmou acreditar que elas não irão prejudicar sua campanha.

Ele ainda tem contra si a má avaliação de sua gestão. Pesquisa CNT/MDA, de julho, mostra que sua administração é considerada péssima e ruim por 44,8% dos entrevistados. Outros 35,4% consideram Pimentel regular à frente do governo e apenas 10,6% apontam seu desempenho como ótimo e bom.

A seu favor, o petista tem o desgaste político de Aécio Neves, envolvido em escândalos de corrupção e cuja imagem pode se associar à do senador Antonio Anastasia, seu principal concorrente em Minas. O candidato do PSDB tem, inclusive, procurado se desgrudar de Aécio, que nem sequer participou das convenções estaduais da legenda.

Pesquisa mais recente da CNT/MDA, do final de julho, mostra Anastasia encabeçando a corrida eleitoral, com 21,5% das intenções de voto. Pimentel aparece em segundo, com 13,3%, seguido pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB), com 9,7%. Lacerda, por sinal, tem sua situação ainda indefinida nestas eleições.

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Acordo costurado no mês passado entre seu partido e o PT definiu que o PSB se manteria neutro na disputa presidencial em troca de apoios estaduais. Muitas candidaturas dos dois partidos acabaram abortadas, como a da petista Marília Arraes, em Pernambuco, em prol da tentativa de reeleição de Paulo Câmara (PSB) naquele estado.

Em Minas, embora a convenção estadual do PSB que lançou Lacerda tenha sido cancelada pela direção nacional do partido, o candidato tenta na Justiça manter-se na disputa. Existe, porém, a possibilidade de o PSB apoiar a chapa de Pimentel após a briga judicial.

Dilma concorre ao Senado

Já para o Senado, a novidade é o nome da ex-presidente Dilma Rousseff. Esperava-se um embate entre ela e o senador Aécio Neves, reeditando a disputa presidencial de 2014. Com a desistência do ex-governador mineiro –ele vai tentar uma vaga na Câmara dos Deputados–, Dilma aumentou suas chances de ser eleita. Em pesquisa do instituto MDA do final de julho, a petista fica em primeiro, com 21,5% das intenções de voto. Aécio aparecia em segundo, com 15%, antes de anunciar a desistência.

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A candidatura da petista, porém, poderá ser questionada na Justiça por outros partidos e corre risco de ser impugnada. Cassada do cargo de presidente da República em 2016, ela deveria também ter perdido os direitos políticos, como ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor, em 1992, que ficou inelegível por oito anos. Uma manobra no Senado, porém, coordenada em cima da hora por Renan Calheiros (MDB-AL) durante o processo de impeachment, definiu que ela seria afastada, mas manteria os direitos políticos, numa situação até então inédita.

Pesquisa CNT/MDA, divulgada em 31 de julho

Antônio Anastasia (PSDB) – 21,5%
Fernando Pimentel (PT) – 13,3%
Márcio Lacerda (PSB) – 9,7%
Romeu Zema (Novo) – 3,2%
Rodrigo Pacheco (DEM) – 2,4%
João Batista dos Mares Guia (Rede) – 2,0%
Brancos/Nulos – 28,1%
Indecisos – 19,7%

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Número de registro: MG-04357/2018. A MDA ouviu 2.002 pessoas, entre 26 e 29 de julho. O nível de confiança é de 95%, e a margem de erro, de 2,2 pontos percentuais.

Veja os candidatos ao governo de Minas:

Fernando Pimentel (PT), economista e governador de Minas Gerais
Vice: Jô Moraes (PCdoB)
Coligação: PT, PCdoB, PR, PSDC

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Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas e senador
Vice: Marcos Montes (PSD)
Coligação: PSDB, PSC, PSD, PPS, DEM, PP, Solidariedade, PMN, PTB, PTC, Patriota, PMB

Dirlene Marques (PSOL), professora universitária e economista
Vice: Sara Azevedo (PSOL)

Romeu Zema Neto (Novo), empresário
Vice: Paulo Brant (Novo)

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João Batista Mares Guia (Rede), ex-secretário da Educação de Minas
Vice: Abraão Gracco (Rede)

Marcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte
Vice: Adalclever Ribeiro Lopes (MDB)
Coligação: PSB, MDB, PDT, PV, PRB, Podemos

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