Em meio à disputa no MEC, Bolsonaro diz que esquerda dominou universidades
Enquanto 'olavetes', militares e técnicos se chocam, presidente mira no alvo comum de todos: o suposto 'marxismo cultural' no meio acadêmico
Em meio às recentes polêmicas envolvendo o Ministério da Educação, que incluem uma aparente disputa entre um grupo ligado a Olavo de Carvalho, militares e técnicos em cargos comissionados, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) usou o Twitter para dizer que o ambiente acadêmico está sendo “massacrado” pela ideologia de esquerda, que “tripudia o capitalismo”. Segundo o presidente, uma das prioridades do governo “é quebrar o ciclo da massa hipnotizada”.
De acordo com Bolsonaro, “o ambiente acadêmico com o passar do tempo vem sendo massacrado pela ideologia de esquerda que divide para conquistar e enaltece o socialismo e tripudia o capitalismo. Neste contexto a formação dos cidadãos é esquecida e prioriza-se a conquista dos militantes políticos”. Mesmo em disputa, é comum aos envolvidos na atual gestão do MEC a alegação de que existe um “marxismo cultural”, uma dominação intencional da esquerda no meio acadêmico para fins políticos.
Por isso, de acordo com o presidente, uma das prioridades do governo “é quebrar o ciclo da massa hipnotizada comendo migalhas enquanto seus líderes nadam em milhões da corrupção do erário”. “Infelizmente, é um trabalho duro e demorado, pois ao longo de anos o aparelhamento do estado foi estrategicamente gigantesco”, continuou.
Bolsonaro, no entanto, afirmou que o trabalho já começou. “Não se refaz da noite para o dia algo tão grande, mas um ponto de partida já existe e estamos fazendo nossa difícil parte. Desejamos que outras gerações se organizem e levem adiante esta sementinha que foi plantada por muitos”, escreveu.
Por fim, o presidente disse que o objetivo é que “impeçamos para sempre que o mal que esteve tão perto de destruir nosso país volte com força”. “Defeitos, todos temos, mas a maldade formada para destruir é nata e organizada apenas por um lado. Vamos trabalhar juntos para resgatar nosso amado Brasil!”, concluiu.
Disputa
Nos últimos dias, aliados do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, e do filósofo Olavo de Carvalho travam uma disputa nos bastidores do MEC, deflagrada após a controversa sobre a carta em que a pasta pedia a escolas que gravassem estudantes cantando o hino nacional. O texto também continha o slogan de campanha de Bolsonaro, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Na sexta-feira, um dos “olavetes” mais fervorosos do MEC, Silvio Grimaldo, foi exonerado da pasta por Vélez. Dois dias depois, foi a fez de um diretor da pasta, o coronel Ricardo Roquetti, ser dispensado, após uma reunião fora da agenda entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro.
(Com Estadão Conteúdo)