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Diretor do MEC diz que Bolsonaro ordenou sua exoneração a Vélez

Coronel Ricardo Roquetti afirma que sua exoneração deve sair durante a semana; situação ocorre após atrito com Olavo de Carvalho

Por Da Redação Atualizado em 11 mar 2019, 01h31 - Publicado em 11 mar 2019, 00h57

O presidente Jair Bolsonaro recebeu na manhã deste domingo, 10, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, no Palácio da Alvorada. O encontro não constava na agenda oficial e, ao longo da tarde, integrantes do grupo do filósofo e escritor Olavo de Carvalho divulgaram nas redes sociais que Bolsonaro ordenou ao ministro o afastamento do diretor de programa da Secretaria Executiva, coronel-aviador da reserva Ricardo Wagner Roquetti.

A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não se pronunciou sobre a exoneração, mas, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o próprio Roquetti confirmou a informação. “O presidente pediu meu afastamento hoje em conversa pessoal com o ministro. A exoneração deve ocorrer durante a semana, pois é um ato administrativo burocrático que leva tempo”, disse.

Roquetti está no centro de uma disputa envolvendo os “olavistas” e coronéis e generais em cargos comissionados no ministério. No final de semana, integrantes do grupo de Olavo acusaram os militares de tentarem expurgá-los do Ministério da Educação para frear as investigações da “Lava Jato da Educação”, um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gestões passadas.

Na sexta-feira, Olavo usou as redes sociais para pedir a seus alunos a deixaram os cargos no ministério, depois que foi informado do expurgo. No Facebook, ele escreveu que oficiais militares induzem Vélez Rodriguez, a tomar “atitudes erradas” e lançam a culpa nos seus alunos. “São trapaceiros e covardes”, acusou.

Os “olavistas” dizem que os militares isolaram o ministro Vélez Rodríguez e “sabotaram” ações no setor defendidas na campanha de Jair Bolsonaro. Ligado ao filósofo, o assessor especial do ministério Silvio Grimaldo escreveu na manhã de sábado no Facebook que foi um dos que sofreram rebaixamento de cargo por conta da pressão dos militares. O assessor ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer um governo “alicerçado” em ativistas e intelectuais de direita, mas “preferiu” se cercar de “generais positivas”.

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Em outra postagem, Grimaldo associou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC a demissão do diplomata Paulo Roberto de Almeida do comando do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. No carnaval, Almeida foi exonerado depois de divulgar textos críticos à política externa e ao próprio ministro Ernesto Araújo. O diplomata disse que Olavo estava por trás de sua demissão. O escritor, porém, negou.

(Com Estadão Conteúdo)

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