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Em gravação, Marcos Valério afirma que nomeava ministros de Lula

Operador do mensalão, que convidado pela segunda vez a prestar depoimento na Câmara dos Deputados, fala da intimidade que tinha com com ex-presidente

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 ago 2022, 14h39

Após ter sua delação premiada na Polícia Federal aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, em 2018, o publicitário Marcos Valério, operador do mensalão, prestou vários depoimentos ao Ministério Público. Em um deles, detalhou como foi construída a relação de confiança com o PT e de intimidade com o ex-presidente Lula que resultaram, em 2005, num dos maiores escândalos de corrupção política de todos os tempos.

A aproximação com o partido teria começado bem antes da eleição de 2002. “Nós levávamos empresas que já estavam financiando a campanha, já estavam ajudando”, disse. O sucesso em captar dinheiro ilícito para a campanha de Lula foi tão grande que ele, além de passar a compartilhar da intimidade do então presidente da República, foi promovido a exercer a função de conselheiro informal do governo, como tal dava palpites sobre a nomeação de ministros e, inclusive, teria indicado pessoalmente um deles. “Um dos ministros que foram nomeados, teve o dedo nosso, foi o Walfrido dos Mares Guia, que na época não tinha nenhum relacionamento com o Lula, mas fomos nós que endossamos essa indicação”, garante o publicitário.

Walfrido dos Mares Guia foi ministro do Turismo do governo Lula de 2003 a 2007.  Valério afirma que o “dedo” dele esteve na indicação de outros figurões do primeiro escalão do governo. “Depois da campanha, nos tornamos ainda mais íntimos do presidente Lula e do poder, a nível de ser ouvido para nomeações de alguns ministros”, assegurou Valério. Questionado pelos promotores sobre a função que exercia para o governo do PT ,o publicitário foi incisivo: “caixa”. Um caixa clandestino, abastecido por “dinheiro de caixa dois e dinheiros paralelos de corrupção, de propina e tudo”, afirmou.

Esses “dinheiros paralelos” e “propinas”, segundo Valério, eram usados não só para bancar as despesas do partido, mas também para sustentar mordomias de muitos petistas, incluindo o então presidente Lula. Sem citar nomes, ele contou para quem ia o dinheiro ilegal: “Para deputados, para ministros, para despesas pessoais do presidente, para todo tipo de despesas do partido dos trabalhadores, campanhas políticas”.

Condenado a 40 anos de prisão, Marcos Valério cumpre pena em Belo Horizonte, em regime aberto. Nesta semana, a Comissão de Segurança Pública da Câmara convidou o publicitário pela segunda vez para prestar um depoimento sobre as supostas ligações do PT com o PCC, relatada por ele em outro capítulo de sua delação premiada.

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