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Em evento com PMs em São Paulo, Bolsonaro é exaltado e Doria, vaiado

Presidente e governador se encontram pela primeira vez após trocas de farpas que estremeceram a relação entre ambos, prováveis rivais pelo Planalto em 2022

Por José Benedito da Silva Atualizado em 11 out 2019, 13h49 - Publicado em 11 out 2019, 13h22

O presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que estão com as relações estremecidas, dividiram nesta sexta-feira, 11, o mesmo palco durante cerimônia de formatura da Escola de Sargentos da Policia Militar do Estado de São Paulo, no Sambódromo, na zona norte de São Paulo.

Mas foi a plateia, formada por cerca de 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, quem deixou claras as divergências entre os dois mandatários. Enquanto Bolsonaro era ovacionado a cada vez que tinha seu nome anunciado pelo serviço de som do Sambódromo, Doria, que é o comandante da PM paulista, era vaiado.

Dirigindo-se ao Alto Comando da Policia Militar do Estado de São Paulo e aos formandos, Bolsonaro disse ser o primeiro presidente a valorizar as Forças Armadas e as polícias brasileiras. Disse que foram as duas instituições “que impediram os comunistas de tomarem o Brasil”. “A esquerda foi vencida. Eles perderam”, discursou, aos gritos de ‘mito’ da plateia.

Bolsonaro lembrou o seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês passado, quando falou sobre o número de mortes de policias no país. “A vida é o mais básico dos direitos humanos. Nossos policiais militares eram o alvo preferencial do crime. Só em 2017, cerca de 400 policiais militares foram cruelmente assassinados. Isso está mudando”, disse na ocasião. Hoje, o presidente elogiou os policiais. “Reconheço o heroísmo de vocês”, disse. “Vocês policiais, mais do que exemplo, vocês são a certeza que poderemos garantir a segurança e a nossa integridade, povo humilde e trabalhar, mesmo com o sacrifício da vida de vocês.”

Durante sua fala, Doria, que deve disputar a eleição presidencial de 2022 contra Bolsonaro, citou várias vezes o nome do presidente e disse que o “Estado de São Paulo não faz oposição ao Brasil” e que, antes, apoia todo e qualquer projeto do governo federal “bom para o país. “Aqui presidente Bolsonaro, tem esforço, tem trabalho e tem governo”, disse. O tucano e o presidente trocaram várias farpas nos últimos meses, principalmente quando passou a ficar claro que Doria estava se movimentando para consolidar seu nome na disputa ao Palácio do Planalto.

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Antes dos discursos, Bolsonaro repetiu a quebra de protocolo que fez em Brasília na Parada Cívica de 7 de Setembro. Desceu do palanque montado para as autoridades políticas e militares e andou entre os 697 formandos, familiares e padrinhos de formaturas dos sargentos. Doria agradeceu a presença de Bolsonaro e disse que São Paulo tem a melhor polícia do país.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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