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Em entrevista, Bolsonaro reafirma que não aceitará derrota nas urnas

Candidato do PSL voltou a criticar urnas eletrônicas e relatou desconfiança com 'profissionais dentro do TSE'

Por André Siqueira Atualizado em 28 set 2018, 22h05 - Publicado em 28 set 2018, 20h40

O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não aceitará a derrota na eleição presidencial. As declarações do candidato do PSL foram dadas em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, nesta sexta-feira, 28.

“Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”, disparou o presidenciável, que afirmou que só será derrotado se houver fraude. “Aprovei o voto impresso, mas o Supremo derrubou. Não temos como auditar o resultado disso. A suspeição estará no ar. Se você ver como eu sou tratado na rua e como os outros são tratados, você não vai acreditar. A diferença é enorme”, acrescentou.

O capitão reformado do Exército voltou a criticar as urnas eletrônicas e o argumento da Procuradora-Geral da República Raquel Dodge de que a impressão dos votos coloca em risco o processo eleitoral. Bolsonaro disse, ainda, que não duvida dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas tem desconfiança de “profissionais de dentro do TSE”.

Questionado sobre uma possível reação à uma vitória de Fernando Haddad, Bolsonaro disse que não acredita que as Forças Armadas esboçariam alguma reação. “(As Forças Armadas) não tomariam a iniciativa, mas na primeira falta, poderia acontecer (uma reação) com o PT errando, sim”, explicou. Nós, das Formas Armadas, somos avalistas da Constituição. Não existe democracia sem Forças Armadas”, afirmou.

Campanha

Jair Bolsonaro afirmou que, por orientação médica, não participará de eventos de campanha até o dia 10 de outubro. “Pretendo participar (das agendas de campanha), mas não exposto ao público. Um pouco afastado, mais protegido”, explicou. O presidenciável disse não temer outro tipo de atentado, mas que evitaria aglomerações porque pode ser “abraçado” por seus seguidores.

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#EleNão

O presidenciável menosprezou a campanha contra sua candidatura que viralizou nas redes sociais. “Artistas estão achando que vão manipular as mulheres brasileiras?”, ironizou. “Tudo bem, mas vão votar em quem?”, questionou o capitão reformado do Exército. Bolsonaro fez questão de ressalvar que sempre esteve “aberto ao diálogo”, mas que essa postura de rejeição à sua candidatura é fruto de uma “lavagem cerebral”. Neste sábado, 29, atos de mulheres contra o candidato do PSL estão programados para diversas partes do país.

RedeTV

Mais tarde, em entrevista ao telejornal RedeTV! News, Bolsonaro voltou a falar sobre os atos contra sua candidatura, comentou sobre as declarações de seu vice, o general Hamilton Mourão (PRTB), e de seu assessor econômico Paulo Guedes, e o envolvimento de seus filhos em um eventual governo como presidente.

“O grupo #EleNão vai se manifestar em alguns pontos do Brasil, mas o #EleSim é infinitamente maior que o primeiro”, disse. “Só peço que não haja atritos”, acrescentou.

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Questionado sobre as declarações de Mourão, o presidenciável revelou que aconselhou o general a não dar mais palestras e “ficar quieto” até as eleições. Recomendou, ainda, que seu companheiro de chapa tivesse “tato com a imprensa” para evitar o que chamou de “fogo amigo”.

Em relação a Paulo Guedes, ele lamentou o “ato falho” do economista ao citar o “palavrão” CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O capitão reformado do Exército ressaltou, porém, que trata-se de uma boa proposta para a economia do país e que não haverá aumento de impostos.

Por fim, Bolsonaro negou que seus filhos integrarão seu eventual governo como ministros. “Meus filhos, em especial o Carlos, que é uma espécie de freio, são uma consciência do que posso ou não fazer”. O postulante do PSL ao Palácio do Planalto disse que é bom ter os filhos por perto, para receber conselho. “Agora, não farão parte do governo”, afirmou.

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