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Em busca de quebrar elo com bolsonarismo, Lula dá reajuste a policiais

Governo confirma estratégia de agraciar as forças de segurança com planos salariais e distribuição de benesses

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jul 2023, 12h54 - Publicado em 23 jul 2023, 19h00

Após os atentados de 8 de janeiro, auxiliares do presidente Lula apontavam que houve, além de um movimento articulado por uma ala das Forças Armadas, conivência e omissão deliberadas pelas forças policiais, que não agiram para conter os ataques nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Durante o vandalismo, policiais militares foram flagrados em conversas amigáveis com manifestantes, e outros tantos agiram com total letargia e sem conter os invasores. Para aliados do presidente, essa era mais uma evidência de que as tropas ainda estavam alinhadas a Jair Bolsonaro e que era preciso, então, fazer acenos à categoria.

Desde então, o entorno de Lula passou a defender que o governo concedesse o antigo pleito de dar um reajuste à categoria — uma nítida forma de agradar às tropas. Um dos principais defensores do incremento salarial foi Ricardo Capelli, que foi o interventor na segurança pública do Distrito Federal e que também tentou uma aproximação com as polícias.

A PM do Distrito Federal é a segunda mais bem paga do país, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados no ano passado. Um soldado, por exemplo, tem remuneração média de 8.500 reais. Em Goiás, que está no topo do ranking, o valor chega a 9.300 reais.

Apesar disso, o governo federal acabou aceitando o reajuste e concedeu um incremento de 18% aos policiais militares, civis e aos bombeiros do Distrito Federal. O aumento foi aprovado pelo Congresso e, na última quarta-feira, 19, foi editada uma medida provisória que viabiliza o pagamento do novo salário em duas parcelas — a primeira imediatamente, e a segunda em janeiro do próximo ano.

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A Polícia Militar do Distrito Federal recebeu especial atenção do governo federal por ser considerada um indicador da temperatura das demais polícias do país.

“Elas estão em rede no Brasil. Se a PM estiver desestabilizada no Distrito Federal, tem repercussão no país todo”, diz um importante auxiliar do governo.

O próximo passo, agora, deve ser estimular que parlamentares de esquerda reprisem estratégias usadas por aliados do ex-presidente Bolsonaro e reforcem o direcionamento das emendas para as categorias de segurança, concedendo equipamentos e investimento em projetos prioritários.

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