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Em 7 meses, SUS distribuiu quase o dobro de cloroquina dos últimos 2 anos

Dados obtidos por VEJA mostram como o repasse do remédio, ainda sem eficácia comprovada para o coronavírus, explodiu no país em meio à pandemia

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2020, 11h35
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  • Bolsonaro segurando caixa de Cloroquina
    Jair Bolsonaro, o "garoto-propaganda" da cloroquina (Mateus Bonomi/AGIF/AFP)

    A distribuição de cloroquina no Brasil atingiu níveis históricos em 2020. De acordo com dados obtidos por VEJA via Lei de Acesso à Informação (LAI), o Ministério da Saúde repassou às secretarias estaduais de saúde mais de sete milhões de comprimidos do medicamento entre março e setembro deste ano, valor que é quase o dobro do que foi distribuído em 2018 e 2019 inteiros.

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    O remédio é tradicionalmente adquirido pelo país para atendimento ao Programa Nacional de Controle da Malária. Em 2018, a distribuição da cloroquina 150 mg representou um total de 2.521.000 comprimidos. Em 2019, a quantidade foi de 1.828.000 medicamentos. Nos últimos dois anos, portanto, e visando unicamente o tratamento da malária, foram distribuídos 4.349.000 comprimidos.

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    A partir de 27 de março de 2020, o Ministério da Saúde passou a distribuir a cloroquina para todas as unidades da federação para que o medicamento fosse incorporado no tratamento da Covid-19 – embora não houvesse, e ainda não há, eficácia comprovada para a doença. Naquele primeiro momento, a pasta, na época ainda comandada por Luiz Henrique Mandetta, repassou 500.000 comprimidos a estados e municípios apenas para o controle do coronavírus.

    Mandetta deixou a pasta em abril, e o uso do medicamento para o coronavírus foi justamente um dos principais pontos de discordância com o presidente Jair Bolsonaro, garoto-propaganda do remédio. Desde então, a quantidade foi subindo gradualmente, atingindo o pico em maio e junho, com mais de 1 milhão de comprimidos distribuídos por mês especificamente para a doença.

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    O medicamento é produzido pela Fiocruz e pelo Laboratório Farmacêutico do Exército – este último aumentou expressivamente a produção após determinação do governo brasileiro. O laboratório costumava produzir 250.000 comprimidos a cada dois anos para atender os militares no combate à malária. Neste ano, foram produzidos 3 milhões de comprimidos sob o argumento de atender também os pacientes com coronavírus.

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    Ao todo, o Ministério da Saúde repassou, neste ano, 1.366.000 comprimidos de cloroquina para a contenção da malária. Já para a Covid-19, as secretarias receberam 5.861.700 comprimidos, totalizando 7.227.700 comprimidos de cloroquina distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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    Questionado, o Ministério da Saúde se negou a informar qual o estoque atual do medicamento. “Esclarecemos que trata-se de informações estratégicas do Ministério da Saúde e que não podem ser repassadas”, respondeu.

    “Informa-se, contudo, que os Estados e o Distrito Federal encontram-se abastecidos com Cloroquina 150mg, tanto para o Programa de Malária quanto para o tratamento da Covid-19, sendo constatada forte queda na demanda para o programa da Covid-19, neste segundo semestre de 2020”, acrescentou a Saúde.

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    A pasta acrescentou que para o segundo semestre está priorizando o fornecimento da hidroxicloroquina 200mg, recebida por meio de doação do governo dos Estados Unidos da América e do Laboratório Novartis/Sandoz. Ao todo, foram recebidos 3 milhões de comprimidos do medicamento, sendo que 2 milhões foram doados pelo governo americano. “Esse medicamento encontra-se disponível para distribuição”, informou a Saúde.

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