Com o fim do prazo das convenções partidárias no domingo, 5, treze partidos decidiram lançar candidato à Presidência da República nas eleições de 2018. É o maior número de postulantes à chefia do Executivo do Brasil desde 1989, quando 23 nomes foram submetidos ao registro do Tribunal Superior Eleitoral no primeiro pleito nacional após o fim da ditadura militar.
As legendas têm até 15 de agosto para solicitar o registro no TSE. Até a votação, que acontecerá em 7 de outubro, o total de postulantes que estará nas urnas poderá ser diferente, já que a corte eleitoral pode negar algum pedido. É o caso, por exemplo, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, indicado pelo PT, mas que, enquadrado pela Lei da Ficha Limpa, poderá ter o registro negado.
Apesar disso, o PT trabalha com a hipótese de que Lula poderá fazer campanha mesmo que seu pedido esteja em análise judicial. A legenda conta com a aplicação de um dispositivo da Lei Eleitoral que autoriza, inclusive, a presença de seu nome na urna eletrônica enquanto não houver decisão definitiva.
O partido também indicou o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice. A ideia é que ele represente Lula nos atos de campanha e nos debates, já que o ex-presidente está preso em Curitiba, cumprindo pena de doze anos e um mês de prisão por sua condenação no caso do tríplex do Guarujá, na Operação Lava Jato. Porém, a vice “de fato” do PT será Manuela D’Ávila, que desistiu de sua candidatura à Presidência pelo PCdoB.
Na prática, a escolha de “dois vices” é a preparação para um anúncio que deve vir no próximo mês, quando a candidatura de Lula provavelmente será barrada na Justiça Eleitoral. Nesse momento, o PT deverá promover Haddad como o candidato principal e incluir Manuela como sua vice-presidente.
Além do PT, também indicaram representantes para a disputa presidencial outros três dos cinco maiores partidos do país em número de filiados. O PSDB lançou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o PDT oficializou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o MDB, a maior de todas as legendas, vai concorrer com o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles — a última vez que a sigla lançou um candidato foi em 1994, com Orestes Quércia.
Alckmin é o candidato que conseguiu construir a maior aliança em torno de si (nove partidos). O deputado federal e capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas nos cenários sem Lula, teve dificuldade para conseguir um vice e vai para a disputa com um candidato militar igual a ele, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).
Veja quem são os candidatos após as convenções:
Alvaro Dias (Podemos)
Vice: Paulo Rabello de Castro (PSC)
Coligação: Podemos, PSC, PRP e PTC
Cabo Daciolo (Patriota)
Vice: Suelene Nascimento (Patriota)
Sem coligação
Ciro Gomes (PDT)
Vice: Kátia Abreu (PDT)
Coligação: PDT e Avante
Geraldo Alckmin (PSDB)
Vice: Ana Amélia (PP)
Coligação: PSDB, PP, PTB, PSD, SD, PRB, DEM, PPS e PR
Guilherme Boulos (PSOL)
Vice: Sônia Guajajara (PSOL)
Coligação: PSOL e PCB
Henrique Meirelles (MDB)
Vice: Germano Rigotto (MDB)
Coligação: MDB e PHS
Jair Bolsonaro (PSL)
Vice: Hamilton Mourão (PRTB)
Coligação: PSL e PRTB
João Amoêdo (Novo)
Vice: Christian Lohbauer
Sem coligação
João Goulart Filho (PPL)
Vice: Léo Alves (PPL)
Sem coligação
José Maria Eymael (DC)
Vice: Helvio Costa (DC)
Sem coligação
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Fernando Haddad (PT)
Vice: Fernando Haddad (PT) ou Manuela D’Ávila (PCdoB)
Coligação: PT, PCdoB, Pros e PCO
Marina Silva (Rede)
Vice: Eduardo Jorge (PV)
Coligação: Rede e PV
Vera Lúcia (PSTU)
Vice: Hertz Dias (PSTU)
Sem coligação