Eduardo Azeredo não se entrega e é considerado foragido
Ex-governador não foi localizado pela Polícia Civil para cumprimento do mandado de prisão; ele foi condenado a 20 anos e um mês no caso do mensalão mineiro
O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) é considerado foragido pela Polícia Civil de Minas Gerais. A corporação não o encontrou na noite desta terça-feira para cumprir o mandado de prisão e ele também não se entregou às autoridades.
A partir de agora, ele pode ser detido caso passe por qualquer tipo de revista policial, como em uma blitz de trânsito, por exemplo. O mandado de prisão foi emitido após decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que negou o último recurso do tucano em segunda instância e determinou que ele começasse a cumprir a pena de vinte anos e um mês de prisão, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
VEJA procurou o advogado Castellar Guimarães, que defende o ex-governador, mas ele não retornou ao contato até a publicação desta nota.
Eduardo Azeredo, que também foi presidente do PSDB, senador e deputado federal, foi considerado culpado no caso conhecido como “mensalão mineiro” ou “mensalão tucano”, o desvio de verbas de empresas públicas do estado, estimado em 3,5 milhões de reais, para abastecer a sua campanha à reeleição em 1998.
O caso está relacionado ao do mensalão petista, a compra de votos na Câmara pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por ter sido articulado em conjunto com o publicitário Marcos Valério. Pela denúncia do Ministério Público, Azeredo se beneficiou de fraudes em patrocínios das estatais a eventos organizados pela agência SMP&B, de Valério. Os valores custearam os serviços do publicitário e o pagamento de contas da campanha do tucano, completa a acusação.
Condenado em primeira e segunda instância, Azeredo vinha protelando o cumprimento da pena desde agosto do ano passado. Na sessão desta terça, a defesa tentou convencer os cinco desembargadores que compõem a 5ª Câmara Criminal do TJMG a permitiram que ele apresentasse mais um recurso ao tribunal, mas o pedido foi rejeitado, por 4 votos a 1.