O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), começou nesta quinta-feira uma viagem de 48 horas, entre Campina Grande, na Paraíba, e Paris, na França, onde o tucano encontrará o presidente Emmanuel Macron. Doria, que viajou de manhã para a cidade paraibana no seu jato particular, desembarca por volta das 17h no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, para pegar voo de carreira em direção à capital francesa.
O périplo começou às 10h, em Campina Grande, onde o prefeito teve uma agenda típica de candidato: entrevista à televisão local, almoço com empresários e visita à Câmara Municipal da cidade, onde recebe o título de cidadão campinense. Na cidade, Doria foi recepcionado pelo senador Cassio Cunha Lima (PSDB) e adotou um discurso mais moderado do que em viagens anteriores. Não xingou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e evitou o bordão “nossa bandeira nunca será vermelha”.
Em entrevista em Campina Grande, Doria disse que “não quer falar mal de ninguém”. “Discurso de nós contra eles não é a melhor proposta para o Brasil”. A fala ocorre após o prefeito ouvir críticas de tucanos ao discurso radicalizado contra o PT.
Cunha Lima, ao justificar o título de cidadão campinense, disse que o prefeito visitou a Paraíba quando era presidente da Embratur, nos anos 1980.
Doria também foi questionado sobre sua ausência em um jantar entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e prefeitos tucanos, em São Bernardo, na segunda-feira. “Não foi o governador que ofereceu o jantar, foram os prefeitos que ofereceram”, afirmou. “O mesmo jantar foi oferecido a mim no mesmo lugar.” O prefeito trava uma disputa silenciosa com o governador pela indicação como candidato à Presidência da República pelo PSDB nas eleições de 2018.
Paris
Doria desembarca em Paris na manhã de sexta-feira. A viagem durará até sábado. Sua primeira agenda será uma apresentação no Global Positive Forum, evento organizado pela Positive Planet Foundation. O anfitrião de Doria na cidade será o economista Jacques Attail, presidente da Positive Planet Foundation e ideólogo do presidente francês, Emmanuel Macron.
Macron venceu as eleições presidenciais da França com um discurso em que se vendia como uma alternativa aos tradicionais partidos Socialista e Republicanos. Após a vitória, Doria gravou um vídeo em que falava em francês para dar os parabéns a Macron. O prefeito de São Paulo também diz não ser político e atribui a si o rótulo de gestor.
Nas duas paradas, Doria escolheu o programa Corujão da Saúde, parceria com hospitais privados para reduzir a fila de exames, como principal vitrine de sua administração.
(Com Estadão Conteúdo)