O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anulou, na noite desta quinta-feira 17, a nomeação do economista Murilo Resende Ferreira para o cargo de diretor de avaliação da educação básica do Instituto Nacional de Educação e Pesquisas (Inep), que o colocaria como coordenador do Enem. Ele ficou um dia no cargo.
Apesar de estar fora do Enem, Murilo Resende ganhou um novo cargo na estrutura do Ministério da Educação nesta sexta-feira 18. Nomeado por Ricardo Vélez, ele agora exercerá o cargo de assessor da Secretaria de Educação Superior. Essa divisão do MEC, comandada por Mauro Rabelo, é responsável, segundo a pasta, por coordenar a manutenção e administração das universidades e institutos públicos federais e supervisionar as universidades privadas.
Na nova função, segundo a tabela de cargos de direção e assessoramento superiores (DAS), o economista receberá um salário de 10.373,30 reais. Antes, na coordenação do Enem, os vencimentos seriam de 13.623,39 reais.
Nos últimos dias, Murilo Resende se viu às voltas com acusações plágio em seu artigo A Escola de Frankfurt: satanismo, feiúra e revolução, publicado no ano passado. Internautas identificaram semelhanças entre o texto e o artigo The New Dark Age: The Frankfurt School and ‘Political Correctness’, texto de 1992 de Michael Minnicino. A mesma avaliação foi corroborada, em um artigo publicado em VEJA, pelo doutor em filosofia Eduardo Wolf.
Em resposta às críticas, Resende disse que o texto não é uma produção original, mas sim uma “tradução adaptada” do texto de Minnicino. Ele alegava ter citado o artigo original como referência do seu texto. “O texto no meu blog e em todas as reproduções em outros sites sempre veio acompanhado da citação da fonte original e do link do texto original. Que tipo de plagiador indica a fonte do plágio? Se tivesse publicado como tradução não faria sentido, pois recortei, adaptei e comentei o texto, com a intenção de enfatizar a relação entre os frankfurtianos e a mídia moderna”, argumentou.
Quando o economista foi escolhido para a posição pelo ministro da Educação, Ricardo Vélez, ele recebeu uma menção elogiosa do presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais. Bolsonaro atribuiu a escolha de Resende – que, assim como Vélez, é ligado ao filósofo Olavo de Carvalho – a estudos produzidos por ele.