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Deltan quis acelerar ações contra Jaques Wagner antes do 2º turno

Em mensagens trocadas com a força-tarefa da Lava-Jato, procurador defendeu operações de busca e apreensão contra senador petista 'por questão simbólica'

Por Da Redação Atualizado em 1 jul 2019, 02h06 - Publicado em 29 jun 2019, 12h05

Em mensagens trocadas com integrantes do Ministério Público Federal, o procurador da Lava-Jato Deltan Dallagnol indicou, às vésperas do segundo turno das eleições de 2018, que era preciso acelerar ações contra o senador Jaques Wagner (PT). Nas mensagens, Dallagnol defende que a força-tarefa da operação expeça um mandado de busca e apreensão “por questão simbólica”. As informações são da jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a partir de diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil.

Na ocasião, o ex-ministro de Lula e Dilma havia sido eleito senador pela Bahia e o petista Fernando Haddad disputava o segundo turno das eleições com Jair Bolsonaro (PSL). Em um dos trechos das conversas, o procurador pergunta em um grupo: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”. Um outro procurador identificado como Athayde – e, provavelmente, Athayde Ribeiro Costa, da força-tarefa em Curitiba – responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”. Deltan devolve: “Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”.

Em resposta, Athayde diz que “isso não impactará o foro”. “Não impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”, escreve Dallagnol. Uma procuradora argumenta que o Wagner já havia sido alvo de uma busca: “Nem sei se vale outra”. “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica”, pondera Dallagnol. “Mas temos que ter um caso forte”. Athayde escreve que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em outro caso, e Deltan finaliza: “Isso seria bom demais”.

Segundo a colunista, os diálogos ocorreram no dia 24 de outubro, quatro dias antes do pleito em que Jair Bolsonaro derrotou Haddad. A assessoria de imprensa do MPF afirmou que “o material não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo. Os integrantes da força-tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade. A investigação, o pedido, a decisão e a execução de buscas e apreensões demandam semanas ou meses o que torna indigna de credibilidade a suposta mensagem”.

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Novos diálogos

Novos diálogos publicados pelo The Intercept Brasil neste sábado mostram uma troca de mensagens entre dois procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que criticam as práticas do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, quando atuava como juiz da Lava Jato. Membros da força-tarefa também lamentam a aproximação do ex-juiz com Jair Bolsonaro, temerosos de que a credibilidade da operação pudesse ser questionada com sua nomeação para um cargo no futuro governo.


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