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Defesa de Lula recorre por julgamento na Segunda Turma do STF

Advogado do ex-presidente insinua que ministro Edson Fachin enviou pedido do petista ao plenário por temer resultado favorável no colegiado

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jun 2018, 09h32 - Publicado em 28 jun 2018, 08h56

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que um recurso do petista seja julgado pela Segunda Turma e não pelo plenário da Corte, como decidiu o relator do processo, o ministro Edson Fachin.

Na petição, o advogado Cristiano Zanin Martins argumenta que Fachin não justificou os motivos pelos quais o recurso precisa ser decidido pelos onze ministros e citou a constatação de que o petista poderia ter sido liberado em caso de julgamento para decidir pela mudança. “A peça questiona no STF a razão pela qual somente os processos contra Lula com a perspectiva de resultado favorável no órgão competente – a 2ª Turma – são submetidos ao plenário”, escreveu em nota.

O imbróglio começou depois que Fachin retirou da pauta do colegiado um recurso do petista que estava previsto para ser votado na terça-feira (26). O ministro tomou a posição depois que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) rejeitou a possibilidade de Lula questionar a sentença de 12 anos de prisão no Supremo. Se o processo não vai para o STF, não caberia julgar um recurso sobre ele, argumentou Fachin. A defesa recorreu do arquivamento e pediu que a turma decidisse. Fachin discordou e mandou para o plenário.

Como pano de fundo às discussões, está a divergência entre os ministros e as mudanças de posição à depender dos colegiados. Na segunda turma, quatro dos cinco ministros, em especial o trio formado por Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, são contra a execução da pena após condenação em segunda instância. No plenário, no entanto, a manutenção desse entendimento tem sido vitoriosa por 6 votos a 5.

Essa situação ficou clara na sessão desta terça-feira. De perfil garantista, que tende a favorecer os direitos dos réus, os ministros definiram a libertação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) e do ex-assessor do PP João Cláudio Genu, além de outras decisões controversas em casos envolvendo políticos, como a anulação de provas colhidas na casa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e no trancamento de uma ação contra o deputado estadual Fernando Capez (PSDB-SP).

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