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Datas: Bruno Covas e Eva Wilma

O político e a atriz

Por Da Redação 21 Maio 2021, 06h00

A carteirinha do Clube dos Tucaninhos, assinada em 1989 com caligrafia tortuosa, típica dos 9 anos de idade, foi como uma certidão de nascimento de uma promissora trajetória política gestada no ninho do PSDB, que faria daquele garoto o prefeito da maior cidade do Brasil. Bruno Covas foi moldado politicamente pelo avô, o ex-governador de São Paulo Mario Covas, um dos fundadores do partido, que morreria de câncer em 2001. A influência veio desde cedo, quando, aos 14 anos, Bruno deixou Santos, sua cidade natal, para estudar na capital (se formaria em direito pela USP e economia pela PUC) e morar no Palácio dos Bandeirantes. “O nome é muito forte, não dá pra fugir”, dizia no início da carreira pública, atento à histórica trajetória do pai de sua mãe.

O revés da estreia nas urnas, como candidato a vice-prefeito de Santos, em 2004, não se repetiria: foi eleito duas vezes deputado estadual, deputado federal, vice-prefeito e prefeito de São Paulo. Na eleição, mostrou uma moderação louvável em tempos de radicalismo político. No combate à pandemia, se guiou pela ciência e pelo bom senso. Cumpriu à risca, enfim, o juramento feito quando era um tucaninho: “Participar com minhas grandes ideias para um mundo melhor”. Assim fez até morrer em São Paulo, aos 41 anos, no domingo 16, vítima de um câncer agressivo que enfrentava desde 2019. Deixa um companheiro que sempre esteve ao seu lado na luta contra a doença: o filho, Tomás, de 15 anos, do casamento com Karen Ichiba, entre 2004 e 2014.

A arte da versatilidade

RESILIÊNCIA - A atriz paulista: “Adeus é para quem deixa de sonhar” -
RESILIÊNCIA - A atriz paulista: “Adeus é para quem deixa de sonhar” – (João Caldas/.)

Em setembro do ano passado, ao encenar uma peça on-line, transmitida pelo YouTube, a atriz paulista Eva Wilma disse uma frase que ecoará ainda por muito tempo, dada a dramaticidade do tempo de pandemia: “Adeus é para quem deixa de sonhar”. Como sempre sonhou, na ribalta ou fora dela (ficou famosa a fotografia em que ela aparece na primeira fila da Passeata dos 100 000, em 1968, contra a ditadura militar), tratava de multiplicar seu leque de personagens, como se tivesse dezenas de olhos para o mundo. Poucos profissionais do teatro, da televisão e do cinema foram tão versáteis. Ia do riso ao choro, da ternura à aspereza, com rara habilidade. Não por acaso, foi procurada pelo mestre do suspense, Alfred Hitch­cock, para trabalhar no filme Topázio, de 1969 — o papel ficaria com a alemã Karin Dor. A capacidade de simultaneamente ser mocinha e vilã a fez celebrada com a dupla interpretação das gêmeas Ruth e Raquel da novela Mulheres de Areia, em 1973 e 1974, escrita por Ivani Ribeiro e dirigida por Carlos Zara, com quem se casaria. Eva morreu em 15 de maio, em São Paulo, aos 87 anos, em decorrência de um câncer no ovário.

Publicado em VEJA de 26 de maio de 2021, edição nº 2739

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