Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cúpula do Exército vira a chave sobre Mauro Cid

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro pode perder a promoção a coronel, prevista para abril

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2024, 17h12 - Publicado em 18 fev 2024, 10h25
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Desde que surgiram as primeiras revelações envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, a cúpula do Exército trata a situação interna do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro com cautela. O argumento sempre foi que Cid tinha uma carreira brilhante e que, ao atuar ao lado do presidente da República, agiria apenas de modo a cumprir ordens do chefe maior da força – uma questão de hierarquia, portanto.

    Publicidade

    O posicionamento era usado, por exemplo, ao tratar do caso da fraude no cartão de vacinação contra a Covid-19 e da venda de presentes luxuosos recebidos por Bolsonaro em viagens internacionais. Conforme revelou VEJA, Cid decidiu confessar a participação ativa nos dois casos, e afirmou à Polícia Federal que vendeu as joias a mando do ex-presidente, sendo todo o recurso proveniente do negócio entregue em mãos a Bolsonaro. Depois de passar quatro meses preso, o tenente-coronel firmou um acordo de delação premiada e foi solto.

    Publicidade

    Mensagens obtidas no celular do militar e divulgadas no âmbito da operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, revelam, no entanto, uma atuação muito mais ativa do tenente-coronel.

    Em despacho, a PF coloca Cid como partícipe em quatro principais frentes de atuação: a de produzir e divulgar notícias falsas sobre as eleições de 2022, a de incitar militares a dar um golpe de Estado, a de elaborar minutas de decreto com fins golpistas e a de integrar um núcleo de inteligência paralela com o objetivo de monitorar e prender autoridades.

    Publicidade

    Cid aparece articulando pessoalmente a ida de manifestantes para Brasília, inclusive tratando sobre valores para custear os gastos, indicando os pontos de protesto (Congresso e Supremo) e monitorando os passos do ministro Alexandre de Moraes, alvo do grupo no caso de concretização do golpe.

    Continua após a publicidade

    Promoção sob risco

    Diante desse cenário, militares do Exército admitem que houve uma mudança de percepção em relação a Cid. Antes visto como um “menino prodígio”, conforme relatou um general, ele passou a ser tratado como alguém que atuou no plano golpista. Isso, afirma, dá mais “tranquilidade” para a definição do futuro do militar.

    Publicidade

    Em abril, está prevista a promoção para coronel – Cid, antes de todo o enrosco, era tratado como certo que ascenderia ao posto. Entre os critérios estão mérito e antiguidade dentro da força.

    Por não estar sub judice ou sequer ser alvo de denúncia, oficialmente não há nada que impeça a promoção de Mauro Cid. Restará a ele, então, a escolha dos seus oficiais. “Cid não será promovido”, disse um general. Ele ressalta, porém, que o processo ainda não começou e que a definição será somente em abril. Mas, por esse raciocínio, não seria justo com os demais concorrentes beneficiar uma pessoa que está afastada da força.

    Publicidade

    Mesmo assim, admitem, não será uma decisão fácil. Até lá, o Exército torce para que Mauro Cid seja condenado ou indiciado, o que tiraria da força o peso de limar a carreira do militar ou o desgaste de promovê-lo depois de tudo que aconteceu.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.