Empresário diz à CPI que não viu ‘pedido de vantagem indevida’ em jantar
O empresário José Ricardo Santana já trabalhou na Anvisa e também teria viajado à Índia para negociar a vacina Covaxin
A CPI da Pandemia ouviu nesta quinta-feira, 26, o empresário José Ricardo Santana. Ele participou do jantar no dia 25 de fevereiro em que o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias teria pedido propina para a compra de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.
Assim como aconteceu com outros depoentes, Santana também conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal que permite que ele não responda perguntas que possam incriminá-lo. O ministro Edson Fachin determinou ainda que o empresário não precisa firmar compromisso de dizer a verdade.
O empresário, que teve a quebra de seus sigilos aprovada na comissão, é ex-secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão interministerial cuja secretaria-executiva cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O requerimento de convocação é do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). O senador justifica que Santana também tem ligação direta com Francisco Emerson Maximiano, seus sócios e empresas – entre elas, a Precisa Medicamentos.
Em seu depoimento à comissão, Maximiano admitiu aos senadores que esteve quatro vezes na Índia. Ele disse que foi recebido pela embaixada brasileira em Nova Déli, mas se recusou a informar o que fez na representação diplomática. Também preferiu o silêncio a esclarecer quem pagou as viagens e as estadias. O empresário não quis dizer por que José Ricardo Santana também viajou à Índia.
O empresário José Ricardo Santana disse ainda que não presenciou “pedido de vantagem indevida” durante o jantar em que, segundo denúncias, foi pedida propina em negociação de vacinas entre o governo e intermediários. “Eu não sei qual foi o desfecho da conversa. Sei que foi um encontro, e eles foram embora. Não tenho mais lembranças sobre esse encontro”, relatou Santana. “Eu não presenciei nenhum pedido de vantagem indevida”, completou.
(com Agência Senado)