Cortejado por Kassab, Hartung demonstrou vontade de ser o candidato do PSD
Antes do aceno ao ex-governador capixaba, Kassab recebeu recado de que ele toparia ser presidenciável; os dois conversarão no dia 10 em São Paulo
Citado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, como um possível presidenciável do partido para a eleição deste ano, o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung demonstrou empolgação com a ideia em conversas recentes. O último partido do capixaba foi o MDB, do qual se desfiliou em 2018. Hoje, o pré-candidato da legenda de Kassab é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não tem dado indícios de que topará concorrer ao Planalto.
A sinalização do dirigente ao ex-governador foi feita em entrevista à GloboNews, na qual também cogitou a filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Quem levou o recado de Hartung a Kassab foi o comandante do PSD no Rio, o prefeito Eduardo Paes, que esteve com o chefe nacional da sigla no último fim de semana. Pouco antes, Paes tinha conversado com o capixaba num restaurante de carnes no Leblon, zona sul carioca.
Kassab captou o aceno e o transformou em demonstração pública de abertura. “Teriam outros bons quadros, não fosse a candidatura do Pacheco, que poderíamos apoiar; são sempre lembrados dentro do partido. Tem o Eduardo Leite, que não deixa de ser um grande quadro, o nome do Paulo Hartung”, disse na entrevista.
Ele e Hartung se encontrarão na semana que vem, em São Paulo, para tratar da possibilidade. O PSD vê uma candidatura presidencial como estratégia importante para puxar uma bancada robusta de deputados federais – que é a prioridade da legenda. Ao mesmo tempo, tem consciência da dificuldade que o cenário de hoje pinta para uma terceira via, dada a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), e dialoga com os petistas para garantir um acordo num eventual segundo turno contra o atual presidente.
Nos últimos anos, Hartung despontou como o principal fiador político do desejo de Luciano Huck de entrar na política. Mais recentemente, conversou com Pacheco e Sergio Moro (Podemos). O ex-governador é celebrado pela classe política e por economistas como uma referência em equilíbrio das contas públicas, por causa do trabalho no Espírito Santo. Em entrevista publicada nas Páginas Amarelas de VEJA, em novembro do ano passado, afirmou que ainda faltava um líder na terceira via.