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Coronavírus: apoiadores de Bolsonaro fazem carreatas por fim da quarentena

Manifestações têm sido organizadas por comerciantes e empresários que querem a retomada das atividades econômicas; prefeito de Campinas diz que vai multar

Por Mariana Zylberkan Atualizado em 27 mar 2020, 15h32 - Publicado em 27 mar 2020, 14h52

Carreatas organizadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que pedem o fim da quarentena estão sendo organizadas em uma série de cidades pelo país, como São Paulo, Presidente Prudente (SP), Blumenau (SC), Boa Vista (RR), Curitiba e Belo Horizonte, entre outras. Com bandeiras do Brasil, os manifestantes pedem a volta imediata do funcionamento dos chamados serviços não essenciais, o que inclui o comércio, após decretos de governadores que interromperam as atividades econômicas para tentar reduzir a transmissão do coronavírus pelo país. As redes sociais também estão sendo usadas para convocar novas manifestações nos próximos dias.

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O movimento é consequência da defesa por Bolsonaro de que as quarentenas – prática adotada nas principais cidades do mundo e apoiadas por médicos, cientistas e entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) – sejam suspensas ou flexibilizadas para que a atividade econômica não seja prejudicada. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa’, defendeu em rede nacional de TV na terça-feira 24. O pronunciamento foi alvo de um intenso panelaço, recebeu duras críticas de especialistas e acirrou a disputa política que vem travando com os governadores estaduais, que adotaram o isolamento em massa.

Com bandeiras do Brasil, os manifestantes que pedem o fim da quarentena e minimizam os riscos do coronavírus protestam dentro dos carros – na maioria das vezes, em veículos caros, como SUVs -, sem andar nas ruas ou ter contato ou proximidade com outros participantes do protesto. A contradição entre minimizar a doença, mas se proteger dentro dos carros, tem sido criticada por usuários das redes sociais.

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Uma boa parte dos manifestantes defende o mesmo discurso do presidente Jair Bolsonaro, como aqueles que, em cerca de cinquenta veículos ornamentados com as cores verde e amarelo, fizeram uma carreata na Avenida Nove de Julho, na região central da cidade de São Paulo, no começo da tarde desta sexta-feira, 27. Nos prédios, no entanto, opositores ao presidente reagiram com panelaço e gritos de “Fora, Bolsonaro”.

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Em grupos de WhatsApp que reúnem manifestantes, as críticas miram principalmente os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), empenhados nos últimos dias em baixar decretos de quarentena e passar mensagens estimulando as pessoas a permaneceram em casa. Na capital paulista, caminhões do Corpo de Bombeiros têm percorrido as ruas com alto-falantes pedindo para a população só sair para a rua em caso de extrema necessidade.

Desde o aumento exponencial dos casos confirmados de coronavírus no país, que coincidiu com a constatação da transmissão comunitária, quando deixou de ser possível rastrear as contaminações, foi acirrado o embate político entre Bolsonaro e governadores. Enquanto o presidente passou a defender a quarentena apenas de idosos e pessoas com doenças prévias, e tratar o coronavírus como uma “gripezinha”, Doria, Witzel e outros líderes nos estados continuaram a pedir para a população ficar em casa. Em reunião virtual entre Bolsonaro e governadores da região Sudeste, Doria e Bolsonaro chegaram a bater boca. Os dois políticos se preparam para disputar as eleições presidenciais de 2022.

Alguns governantes têm começado a recuar. Em Santa Catarina, o governador Carlos Moisés (PSL) anunciou plano para flexibilizar gradualmente a quarentena a partir da semana que vem. Bancos e lotéricas reabririam já na segunda-feira 30, enquanto shoppings, bares, restaurantes e até academias voltariam a funcionar na quarta-feira 1°. A decisão também gerou polêmica e levou a hashtag #SCNaoQuerMorrer aos trendings topics do Twitter nesta sexta-feira. Apoiador de Bolsonaro, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), aprovou decreto que permite a abertura parcial do comércio na cidade a partir desta sexta-feira, 27.

Multa

Já em Campinas o prefeito Jonas Donizette (PSB) ameaçou multar os veículos que participarem de carreata prevista para ocorrer na tarde desta sexta-feira em frente à prefeitura. Ele também afirmou que vai autuar os participantes por desobediência e perturbação da ordem pública.

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