Como o episódio com Glauber Braga rachou a cúpula do PL na Câmara
Bibo Nunes, único deputado da sigla a votar a favor de emenda para suspender parlamentar do PSOL, perdeu o posto de vice-líder
A preferência da maioria da Câmara em suspender o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) em vez de cassá-lo fez a cúpula do PL na Casa lavar roupa suja em público. O deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) foi o único parlamentar do partido a votar a favor da emenda com a punição mais branda para Glauber, ao contrário do que a liderança da legenda havia orientado.
Pela rebeldia, o gaúcho perdeu o posto de vice-líder do partido, anunciou Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que comanda a bancada. “A partir de hoje, ele não é mais meu vice-líder, porque um vice-líder deve lealdade ao seu líder. Se ele tivesse combinado comigo antes, não haveria a destituição. Ele tem total liberdade de fazer o que quiser, mas não vai desqualificar a liderança”, disse ele no plenário.
Nas redes sociais, Bibo se defendeu e pediu para quem não entendeu o voto dele “pensar um pouquinho”. “Não tínhamos voto suficiente para cassar Glauber Braga”, afirmou. “Já que não tinha como cassar, ele iria embora totalmente absolvido. […] Aí chega alguém que não leu, não entendeu, ‘o Bibo é traidor’. Vai pensar um pouquinho, junta dois cerebelos. Eu fui o que mais combati na tribuna, o tempo inteiro, porque sei que esse cara tinha que ser cassado”, disse.
A Câmara decidiu, na última quarta, 10, suspender Glauber Braga por seis meses, — o Conselho de Ética havia recomendado a cassação do mandato. O deputado agrediu um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) na Casa, justificando que ele havia ofendido a mãe dele, que estava doente na época. Na comissão, os deputados decidiram que ele havia quebrado o decoro parlamentar, o que tornaria Glauber inelegível por oito anos.
Uma manobra de última hora, que contou com apoio de parlamentares governistas e do Centrão, fez com que o plenário aprovasse uma emenda que substituiu a punição mais dura pela suspensão, mais branda. O placar pela aprovação foi 318 votos a 141.
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