O Partido dos Trabalhadores tem usado de forma estratégica a concessão dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para manter os programas eleitorais, apesar da negativa do registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições 2018.
O programa de rádio na manhã desta terça-feira 4 foi mais um exemplo de como o partido tem optado por não deixar claro quem é seu candidato, explorando ao máximo o nome e imagem de Lula, que se mantém no topo das pesquisas mesmo impedido de se candidatar.
Na peça, o PT não apresenta Lula explicitamente como postulante ao Planalto, e as manifestações do líder petista se limitam a 25% do tempo do programa, destinado a apoiadores. Fernando Haddad (PT) é citado como vice, e a peça repete a frase “Lula é Haddad, Haddad é Lula”.
A ambiguidade já foi condenada na segunda-feira (3) em outras duas decisões, pelos ministros Sérgio Banhos e Carlos Horbach, do TSE, que apontaram “afronta à decisão da Corte” na tentativa de “confundir o eleitor”.
As decisões dos dois ministros é específica para as peças publicitárias do partido na TV, e não tratam do programa eleitoral no rádio. Em relação a este, a decisão de outro ministro, Luis Felipe Salomão, vetou que o partido apresente Lula como candidato, mas não trata de uma eventual mensagem imprecisa.
Por se tratarem de decisões em relação a diferentes ações apresentadas ao TSE, o partido não precisaria necessariamente respeitar o que foi decidido na veiculação de outra propaganda. Ou seja, exibir seu programa na TV de acordo com o que tribunal determinou para um programa de rádio e vice-versa. Para cada caso, é necessária uma nova decisão do TSE.
(com Estadão Conteúdo)