Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Clamor por estabilidade foi o maior álibi de deputados pró-Temer

Oitenta e dois mencionaram reformas que presidente aprovou ou quer aprovar; outros citaram crise política, fragilidade da denúncia e rejeição ao comunismo

Por Da Redação
3 ago 2017, 21h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Os votos que salvaram o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados podem ser resumidos em uma palavra: estabilidade. Foi o clamor pela retomada do crescimento econômico que norteou as falas da maioria dos 263 políticos que defenderam o arquivamento da denúncia por corrupção passiva que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia apresentado contra o peemedebista.

    Oitenta e duas manifestações trataram dessa questão. Os deputados evocaram a recuperação dos índices econômicos e mostraram confiar nas reformas que Temer quer aprovar no segundo semestre, entre elas a tributária e a da Previdência.

    Ademir Camilo (Podemos-MG), um dos deputados que tratou da economia em seu discurso, destoou dos demais ao fazer uma crítica aos planos do Ministério da Fazenda enquanto apoiava o presidente. “Votei contra a terceirização e contra a reforma trabalhista. Vou votar contra a reforma da Previdência. Mas, pela estabilidade econômica, voto sim [ao arquivamento]”, afirmou.

    Devido ao constrangimento de defender um presidente impopular diante das câmeras – a TV Globo transmitiu a votação ao vivo -, muitos deputados preferiram ser sucintos e foram ao microfone só para dizer que acompanhavam o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que defendia a rejeição da acusação. Foram 74 deputados que não fizeram nenhum tipo de comentário além de confirmar o apoio a Temer.

    Outros deputados se aventuraram em questões jurídicas. Trinta e seis políticos afirmaram que não havia motivos para abrir um processo criminal contra o presidente nesse momento. Para este grupo de deputados, a investigação por corrupção passiva terá de ser aberta a partir de 1º de janeiro de 2019, quando Temer passar a faixa presidencial para o eleito em outubro de 2018. No caso, o peemedebista perderá o foro privilegiado e deverá prestar esclarecimentos a um juiz de primeira instância.

    Continua após a publicidade

    “A investigação pode esperar. Nós devemos ter responsabilidade com o nosso Brasil”, disse o deputado Renato Andrade (PP-MG). “Acho que aqui todos nós queremos a mesma coisa: a investigação. Mas, para mim, que a investigação venha no tempo certo, depois que o presidente sair do comando da Presidência”, declarou Zé Augusto Nalin (PMDB-RJ).

    nuvem-palavras-deputados
    Mosaico com as palavras mais usadas pelos deputados para justificar voto a favor de Temer (//VEJA)

    Para dezessete deputados, a denúncia formulada por Janot não deve nem ser avaliada na primeira instância. Eles creem que a peça é frágil e não apresenta provas suficientes para incriminar o presidente. A maioria disse ter lido a acusação, que se baseia na delação do empresário Joesley Batista, da JBS.

    Continua após a publicidade

    “Li a denúncia, item por item. Ela é inconsistente e frágil”, disse Celso Russomano (PRB-SP). “O povo brasileiro não aguenta mais ouvir falar dessa denúncia, que é ilegal, que foi produzida por provas ilegais, por um homem que tinha que estar preso. Temos de virar essa página e voltar a trabalhar”, afirmou Cristiane Brasil (PTB-RJ).

    Houve 24 deputados que trataram da estabilidade política para defender seus votos. “Temos de parar de brincar de trocar de presidente como se troca de roupa”, disse Junior Marreca (PEN-MA). Também surgiram deputados que apoiaram Temer por serem contra a implementação do comunismo no Brasil. Eles alegaram que o PT voltará a ocupar o Executivo federal caso o peemedebista seja afastado do cargo.

    Comunistas

    “Contra a esquerda comunista que quebrou o país”, declarou Heuler Cruvinel (PSD-GO). “Não aceitamos mais o PT na nossa vida. Esse partido passou, temos que extirpar essa corja da nossa vida”, afirmou Laerte Bessa (PR-DF). “Contra quem apoia a ditadura de Maduro, que está matando os venezuelanos e os mandando para cá”, disse o delegado Edson Moreira (PR-MG).

    Continua após a publicidade

    Dezenove deputados deixaram claro que apoiavam Temer por conta da orientação expressada pela direção dos partidos. “Nem sempre fazemos o que temos vontade. Muitas vezes, temos que fazer aquilo que não queremos. Neste instante, eu voto com meu partido, que fechou questão e exige que seus filiados votem conforme sua vontade”, disse José Carlos Araújo (PR-BA).

    Houve, ainda, quem aproveitasse o momento para elogiar o deputado Paulo Abi-Ackel. “Brilhante” foi um dos adjetivos que os políticos mais empregaram para se referir ao tucano. O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi além e classificou Abi-Ackel de “sábio”.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.