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Charge contra racismo: deputados dão um show de intolerância e truculência

Coronel Tadeu (PSL-SP) destrói cartaz e posta vídeo da ação nas redes sociais, é repreendido por Rodrigo Maia, mas ganha apoio da chamada bancada da bala

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h04 - Publicado em 22 nov 2019, 06h00
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  • O deputado Coronel Tadeu (PSL-­SP) se irritou com uma charge do cartunista Carlos Latuff que mostrava um negro algemado caído no chão que acabara de ser morto por um policial branco, portando um revólver ainda fumegante. A obra estava exposta na Câmara. “Isso quer dizer o quê? Que a polícia só mata preto? Isso não vai ficar na parede. Isso aqui é contra a polícia”, exclamou ele diante do celular de um assessor, que filmou a ação e postou o vídeo na rede social. O Coronel ainda rasgou e pisoteou o quadro até ser interrompido por parlamentares negras que o chamaram de “racista”. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passou um sermão merecido no deputado. “Espero que este ato impensado não se repita”, disse. Aproveitou também para mandar um recado à bancada da bala, que aclamou o Coronel: “Hoje aconteceu com uma exposição da Consciência Negra. Amanhã pode acontecer com os que riram aqui”. Um dos defensores do Coronel, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que ficou célebre ao quebrar uma placa em homenagem a Marielle Franco, disse em discurso que a “maior população carcerária é formada por negros no Brasil porque mais negros cometem crime”. “Agora, não venha atribuir à Polícia Militar as mortes porque um negrozinho bandidinho tem de ser perdoado”, afirmou. A oposição solicitou à Procuradoria-Geral da República que investigasse o Coronel Tadeu e Silveira por racismo. O PT pediu a cassação do Coronel por quebra de decoro. A VEJA, o Coronel disse que 600 000 policiais foram desrespeitados pela charge: “Não dá para aceitar que isso seja permitido”. As palavras demonstram que ele não se arrependeu do seu show de intolerância e truculência.

    Publicado em VEJA de 27 de novembro de 2019, edição nº 2662

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