Carlos Bolsonaro, um dos três filhos políticos do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), publicou nesta quarta-feira, 21, em sua conta no Twitter, que o general da reserva do Exército Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 66 anos, foi escolhido pelo futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para ocupar a Secretaria Nacional de Segurança Pública no novo governo.
“Diferentemente de ALGUNS políticos babacas que ficam postando fotos para demonstrar intimidade inexistente para barganhar algo, deixo aqui meu testemunho, o General Santos Cruz, o novo Secretário Nacional de Segurança Pública é simplesmente uma ótima referência!”, escreveu Carlos na rede social.
Moro ainda não se pronunciou publicamente sobre a indicação do militar ao cargo na pasta.
O general da reserva já ocupou a Secretaria de Segurança Pública durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), entre abril de 2017 e junho de 2018, quando foi exonerado a seu pedido para atuar como consultor da Organização das Nações Unidas (ONU).
A secretaria é responsável por assessorar o ministério na implementação de políticas públicas na área de segurança pública. No posto, caso a nomeação se confirme, Santos Cruz será o responsável por coordenar o Conselho Nacional de Segurança Pública e as atividades da Força Nacional de Segurança Pública – que tem sido acionada em momentos de crise, como o recente reforço na fronteira de Roraima com a Venezuela.
Em 44 anos de carreira militar, Santos Cruz chegou à patente de general de divisão, a segunda mais alta na hierarquia, abaixo apenas de general de Exército. Ele comandou as missões de paz da ONU no Haiti, entre 2006 e 2009, e na República Democrática do Congo, de 2013 a 2015 – neste caso, deixou a reserva, em que estava desde 2012, a pedido das Nações Unidas, e voltou à ativa. A missão no Congo foi a primeira em que o organismo internacional autorizou o uso da força para impor a paz.
Em janeiro de 2018, a ONU divulgou um relatório coordenado por Carlos Alberto Santos Cruz em que ele recomenda mudanças na atuação de soldados em missões de paz, que devem “estar conscientes dos riscos e devem ser habilitados para tomar a iniciativa de deter, prevenir e responder a ataques”. “Esperar em postura defensiva apenas dá liberdade a forças hostis para decidir quando, onde e como atacar as Nações Unidas”, diz o relatório.
“Infelizmente, grupos hostis não entendem outra língua que não seja a da força”, afirma o documento, produzido a partir de uma visita de 45 dias de Santos Cruz e outros oficiais da ONU à República Democrática do Congo, à República Centro-Africana, ao Mali e ao Sudão do Sul.