Uma pesquisa conduzida pelo Fórum Econômico Mundial, responsável por reunir anualmente os líderes mundiais em Davos, na Suíça, constatou que o Brasil possui os políticos menos confiáveis do mundo. O país ficou na última colocação do ranking, composto de 137 nações.
A nota média para os princípios éticos dos políticos brasileiros foi de 1,3, sendo que a nota 7 significava “extremamente alto” e a nota 1 era “extremamente baixo”. Ficaram nos três primeiros lugares Singapura (com 6,4), Emirados Árabes Unidos (6,3) e Nova Zelândia (6,1). Em comparação com os vizinhos, o Uruguai figura na 28ª colocação (4,4), o Chile está em 66º (3,0) e a Argentina aparece em 118º (1,9).
A edição de 2017 do estudo usou as respostas dadas por 12.775 executivos de 133 economias, colhidas entre fevereiro e junho deste ano. No levantamento geral, batizado de Índice de Competitividade Global, o Brasil consta na 80ª posição – uma acima em relação ao ano passado. Para o Fórum, o Brasil conseguiu se estabilizar após anos de queda no ranking.
O levantamento constatou que as instituições brasileiras subiram onze posições, ocupando o 109º lugar. O crescimento mostra, de acordo com o Fórum, que as investigações no país estão levando a mais transparência e à percepção de que estão sendo bem-sucedidos os procedimentos para combater a corrupção dentro dos limites da Constituição. Também são elogiadas as “ligeiras” melhoras nos índices econômicos do país.
Em contrapartida, a pesquisa de opinião organizada pelo Fórum mostra uma crise de confiança entre o mundo empresarial e os políticos. Questionados sobre quanto era comum o pagamento de verbas extras ou propinas por empresas, as pessoas ouvidas pelo levantamento ranquearam o Brasil na 107º lugar, com 3,1 pontos – a nota 1 significa que a prática era muito comum. Sobre o desvio de fundos públicos, o país ficou na 134ª posição, com 1,8.
Judiciário e impostos
O Brasil ainda aparece na 59ª colocação, com 4,1 pontos, no tocante à independência do Judiciário. Quanto ao favorecimento do governo para empresas bem relacionadas, o país somou 2,3 pontos e ficou no 112º lugar. A percepção sobre a ética no mundo corporativo deixou o Brasil com 2,9 pontos, em 126º.
Para 18,6% dos entrevistados, os impostos são o fator mais problemático para fazer negócios no Brasil. Em seguida aparecem as regulações restritivas no âmbito trabalhista, com 12,5%, e a corrupção, com 12,3%.