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Bolsonaro tem acesso a informes de inteligência da PF, diz assessor

Declaração de Filipe Martins ocorre no momento em que o STF investiga suspeitas de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal

Por Ricardo Chapola
2 jul 2022, 19h54

O assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, afirmou em entrevista para um canal do Youtube que Bolsonaro tem acesso a informes da Polícia Federal – documentos que, em tese, são sigilosos. A declaração ocorreu durante o Cara a Tapa, programa de entrevistas veiculado pela internet. 

Martins tem acesso privilegiado ao presidente e é um personagem influente na estrutura de poder. Reservado, raramente concede entrevistas. O assessor especial fez menção aos informes de inteligência recebidos pelo chefe enquanto respondia uma pergunta sobre se já tinha discordado de Bolsonaro em serviço.

“Eu, como assessor, tendo a manifestar minhas discordâncias internamente. Acho que é descortês e deselegante eu vir aqui e dizer: ‘não, naquele episódio eu disse isso. E foi feito aquilo’. Uma vez que ele fechou questão, o meu papel também é fazer com que a posição dele dê certo. Ele é o cara que tem a visão de conjunto tem informações que eu não tenho”, afirmou. “Ele está falando com os militares de uma forma que eu não estou. Ele está recebendo informe de inteligência da Abin e da Polícia Federal de uma forma que eu não estou”, concluiu.  

Essa declaração também vem a público no momento em que voltou a se suspeitar de supostas interferências de Bolsonaro no trabalho da PF. O tema retornou ao centro do debate em meio às denúncias de corrupção no Ministério da Educação

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Na semana passada, a PF realizou uma operação que culminou na prisão de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, e de dois pastores suspeitos de integrar o esquema. Todos foram soltos no dia seguinte, por ordem da Justiça. Pouco tempo depois, o noticiário foi tomado por um áudio interceptado pela polícia em que Ribeiro contava para a filha que teria sido avisado pelo presidente sobre uma possível ação da PF. 

Na entrevista de mais de uma hora e meia, além de se gabar pela fama que conquistou por supostamente ter previsto a vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2016, Martins também respondeu a questionamentos referentes ao gabinete do ódio. O grupo é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de comandar uma rede de difusão de notícias falsas. O assessor especial de Bolsonaro é considerado um dos principais membros do gabinete do ódio. 

“Não existe gabinete do ódio. Já disseram que eu formulava as estratégias. Que eu mantinha robôs, que eu mantinha uma série de coisas. Eu não tenho tempo para isso, por causa das demandas do meu trabalho. O negócio do gabinete do ódio é uma coisa muito séria, porque isso tem sido utilizado pela oposição e pelo Judiciário também para destruir a vida de pessoas”, disparou. “ Você deve ter acompanhado um pouco do que aconteceu com Daniel Silveira, com Oswaldo Eustáquio, com o Allan dos Santos, com uma galera que, concorde ou não com eles, estão sendo perseguidos, na maioria dos casos, por crime de opinião. E que não existe no Brasil”, finalizou. 

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