O presidente Jair Bolsonaro voltou a pedir nesta quinta-feira, 23, que a população “apague uma luz em casa” para economizar energia. O chefe do Planalto também sugeriu tomar banhos frios e evitar elevadores, quando possível.
Ele alertou para o risco da atual crise hídrica e admitiu que o país pode ter “problemas” no futuro se não chover: “Tomar banho é bom, mas se puder tomar banho frio, é muito mais saudável. Ajude o Brasil. Até faço um pedido para você agora: tem uma luz acesa a mais na sua casa? Por favor, apague. Nós estamos vivendo a maior crise hidrológica dos últimos 90 anos. Se você puder apagar uma luz na sua casa, apague. Se puder desligar seu ar-condicionado, se não puder… Está com 20ºC, passa para 24ºC, gasta menos energia”.
Em sua tradicional live semanal, Bolsonaro disse tentar dar o exemplo: “Aqui são três andares. Quando tem que descer, mesmo que o elevador esteja aberto na minha frente, eu desço pela escada. Se puder fazer a mesma coisa no seu prédio… Ajude a gente. Quanto menos mexer no elevador, mais economia de energia nós temos”, explicou.
No fim de agosto, também em uma de suas lives, o presidente já havia pedido para que a população economize energia e disse que algumas hidrelétricas, sem especificar quais, poderiam parar de funcionar caso a situação se agrave.
Covid-19
Jair Bolsonaro confirmou ainda que outras duas pessoas da comitiva que o acompanhou à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos, também testaram positivo para Covid-19.
O presidente disse que essas pessoas pediram para não serem identificadas. “Essas duas pessoas foram vacinadas e estão com Covid. Vou ligar para elas e pedir para divulgarem que vacina tomaram para a gente ter um protocolo”, declarou Bolsonaro.
Ele também aproveitou para ironizar o fato de o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter testado positivo para Covid depois de ter tomado a Coronavac. “O Queiroga tomou a Coronavac, assim como muita gente tomou e não tem dado certo”, disse. Bolsonaro afirmou que ofereceu o chamado tratamento precoce para Queiroga, quando deu a ele a notícia do teste positivo para a doença. “Lamento informar, você está infectado. Você vai adotar o protocolo Mandetta e ficar aguardando sentir falta de ar para buscar socorro ou vai tomar uma providência?”, declarou o presidente.
Bolsonaro voltou a defender que médicos têm autonomia para prescrever o tratamento precoce, mas não quis dizer qual foi a resposta do ministro. Queiroga, que é médico, foi imunizado com duas doses da vacina da Coronavac. O presidente, inclusive, cumpre isolamento no Palácio da Alvorada, depois de ter tido contato com Queiroga após participação na 76ª Assembleia Geral da Organização da ONU, em Nova York.
Ele também ressaltou que a primeira-dama Michelle Bolsonaro foi vacinada contra a Covid-19. De acordo com Jair Bolsonaro, ela lhe perguntou se deveria ou não tomar a vacina. Mas o presidente não contou o que respondeu: “Olha o que aconteceu com minha esposa agora nos Estados Unidos. Veio conversar comigo: ‘Tomo ou não tomo a vacina?’. Dei minha opinião, não vou falar aqui qual foi. Ela tomou a vacina. É maior de idade, tem 39 anos, e sabe o que faz”.
O chefe do Planalto também comentou a polêmica em relação à vacinação de adolescentes e disse que teria que discutir com Michelle a possibilidade de levar a filha caçula. “Agora, se for para vacinar a Laura, com 10 anos de idade, aí vou conversar com ela e vamos decidir”.
Por enquanto, apenas maiores de idade, com qualquer vacina, e adolescentes de 12 a 17 anos, com o imunizante da Pfizer, podem ser vacinados no Brasil, segundo determinação da Anvisa.