O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, em entrevista publicada pela agência de notícias americana Bloomberg, nesta quarta-feira 23, que, se seu filho Flávio Bolsonaro “errou e for provado”, vai lamentar, mas defenderá que ele “pague por isso”. O mandatário abordou o assunto em Davos, na Suíça, onde se encontra para participar do Fórum Econômico Mundial.
“Se por um acaso ele errou e for provado, eu vou lamentar como pai, mas ele terá que pagar o preço por aquelas ações que nós não temos como aceitar”, disse. Deputado estadual e senador eleito, Flávio Bolsonaro é investigado por movimentações financeiras consideradas atípicas suas e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Flávio diz não ter conhecimento sobre as operações de Queiroz e alega que a sua movimentação financeira dos últimos anos está relacionada a compra e venda de imóveis. Um pagamento em dinheiro vivo, de 100.000 reais, justificaria 48 depósitos feitos em sua conta corrente, que somam 96.000 reais.
Reforma da Previdência
Questionado pela Bloomberg sobre a reforma da previdência que os investidores estão “ansiosamente aguardando”, Bolsonaro diz estar confiante na aprovação pelo Congresso Nacional. “Existe uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais para que os órgãos federais continuem operando”, disse, relacionando uma não-aprovação do texto a um retorno da esquerda e a uma crise semelhante à atravessada pela Venezuela.
“O Brasil precisa fazer. Se não, a esquerda vai voltar e nós não sabemos qual será o destino do Brasil, talvez acabe mais como o regime que nós temos na Venezuela”, argumentou.
Bolsonaro também defendeu uma reforma do Mercosul que permita ao Brasil optar por mais negociações bilaterais, diretamente com outros países.
“Um país do tamanho do Brasil não pode ser impedido pelo Mercosul de negociar com o resto do mundo”. O presidente também responsabilizou a resistência da França em aceitar as demandas agropecuárias brasileiras como a causa para o atraso em um acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia.