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Bolsonaro modera tom contra STF, mas ataca Lula no Rio

Em tom de campanha, presidente criticou PT e judiciário

Por Ricardo Ferraz, Maiá Menezes, Duda Monteiro de Barros Atualizado em 7 set 2022, 17h07 - Publicado em 7 set 2022, 16h29
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  • Do alto de um carro de som, levado à orla de Copacabana, no Rio,  por apoiadores do governo, Jair Bolsonaro (PL), moderou o tom das críticas ao Judiciário apenas repetiu as mesmas declarações que havia feito em Brasília.  Mais uma vez, o mandatário se conteve ao falar do Supremo Tribunal Federal.

    “O outro lado que assina cartinhas não defende a Constituição. Nosso mandato fez ressurgir o patriotismo. O nosso governo não permite qualquer controle das mídias sociais. É a nossa libertação. Hoje, vocês sabem com funciona o Supremo Tribunal Federal.” disse. No momento, a multidão de apoiadores vaiou o STF.

    Em tom de sinceridade, o presidente arrancou aplausos ao dizer que não é muito bem educado e fala muitos palavrões. “Mas não sou ladrão”, atacou, em recado  a seu principal oponente, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de “quadrilheiro de nove dedos, que merece ser extirpado da vida pública”. Em sua fala inicial, lembrou também  a facada da qual foi vitima em 2018: “Obrigado a Deus pela minha segunda vida”.

    Bolsonaro também tratou de justificar o desempenho do governo durante a pandemia, um dos pontos que têm merecido mais críticas de seus opositores: “Problemas não faltaram para o mundo todo, em especial para a economia. Lamentamos todas as mortes, mas na economia nosso governo deu exemplo”, disse.

    Em claro recado ao público evangélico, o presidente também tratou de religião: “Nos somos o governo que sabemos que o Estado é laico, mas o seu presidente é cristão”, afirmou, completando que sua administração “não aceita sequer discutir a legalização das drogas”.

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    Antes do discurso, os presentes rezaram um Pai Nosso. O candidato a vice na chapa do presidente, Braga Netto, atacou os governos anteriores, do PT: ““O jeito nocivo de governar trouxe para o nosso país corrupção e bandidagem. O governo Bolsonaro defende os direitos da vítima””, afirmou, comparando as administrações anteriores aos governos da Venezuela, Colômbia e Argentina, atualmente comandados por partidos de esquerda.

    O presidente chegou ao Rio de Janeiro para participar dos atos oficiais em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil por volta de 14hs desta quarta-feira. Entre outros apoiadores, ele estava acompanhado do filho, Flávio Bolsonaro (PL), senador pelo Rio, pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pelo seu candidato a vice-presidente Braga Netto e pelo governador do estado, Claudio Castro. Bolsonaro quebrou o protocolo e foi confraternizar com apoiadores.

    Por ordem do governo, o exército cancelou o tradicional desfile que costumava acontecer na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, para o cartão postal da capital fluminense, onde a militância bolsonarista costuma se reunir.

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    Antes, Bolsonaro participou de uma motociata que saiu do Aeroporto Santos Dummont, no Flamengo em direção à praia de Copacabana. Pela manhã, houve um desfile de navios da Marinha. A cada hora, os canhões do Forte disparam tiros em comemoração ao bicentenário. Paraquedistas pousaram na praia. A banda do exército desfilou em uma curta passarela isolada da praia diante do palanque do presidente.

    No Dia da Independência do ano passado, Bolsonaro já havia feito ataques pessoais aos ministros do STF, afirmando que não acataria as ordens de Alexandre de Moraes e de Luis Roberto Barroso. Na ocasião, o presidente chegou a dizer que Moraes era um “canalha”.

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