Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Bolsonaro já acumula sete grandes derrotas com Congresso e STF

Da retirada do Coaf de Moro à exclusão da capitalização da reforma da Previdência, passando pelo decreto das armas, conheça os reveses sofridos pelo governo

Por José Benedito da Silva Atualizado em 25 jun 2019, 17h32 - Publicado em 24 jun 2019, 21h02

A decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, de suspender a Medida Provisória 886/2019, que transferia a demarcação de terras da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Agricultura, foi mais uma dura derrota do presidente Jair Bolsonaro nos últimos dias.

Antes, o governante já acumulava reveses impostos pelos outros Poderes na reforma da Previdência, na flexibilização da posse e porte de armas e na reorganização ministerial, entre outros.

Relembre outras seis derrotas do governo, tanto no Congresso quanto no STF.

Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro faz gesto de armas com as mãos na formatura de oficiais da Aeronáutica de Guaratinguetá (SP) – 30/11/2018 (Paulo Whitaker/Reuters)

DECRETO DAS ARMAS

Foi uma das mais doloridas. O Senado aprovou por 47 votos a 28 um projeto que revogou o decreto presidencial 9.785/2019, que flexibilizava a posse e o porte de armas – entre outras medidas, estendia o direito a mais de vinte categorias profissionais e aumentava de cinquenta para 5.000 o número de munições para cada proprietário de arma de fogo.

No dia da votação, o presidente chegou a usar as redes sociais para pedir aos senadores que não derrubassem o seu decreto. Após a derrota, lamentou e perguntou se o Congresso estava querendo mandar um “recado” para ele. “Ninguém manda recado para mim”, disse. Depois, pediu que os deputados revertessem a decisão. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), praticamente enterrou a esperança presidencial ao dizer que a Casa deve manter o que foi decidido pelos senadores.

Continua após a publicidade
Moro pede desculpas ao MBL por termo utilizado em mensagem
O ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), que perdeu o Coaf para a pasta da Economia (VEJA/VEJA)

COAF LONGE DE MORO

Outra derrota doída, mais ainda para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, do que para o próprio presidente. O ex-juiz da Lava Jato chegou a fazer até o que não sabe muito: procurou deputados e senadores para conversar e pedir que mantivessem o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) na sua pasta, como previa a MP 870/2019, assinada por Bolsonaro – antes, era vinculado ao Ministério da Economia.

Não adiantou o esforço do ministro. A Câmara e depois o Senado devolveram o Coaf ao Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. Antes da derrota no Senado, Bolsonaro chegou a mudar de posição e a pedir que a Casa mantivesse o projeto como havia sido aprovado na Câmara para que ele não tivesse de voltar para os deputados – isso poderia levar à perda de validade da MP.

Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, participa de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara para debater a situação dos conselhos e comissões do governo federa - 05/09/2019
Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, queria a Funai, mas não levou – 05/09/2019 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Continua após a publicidade

FUNAI COM A “MAMÃE DAMARES”

A mesma MP 870/2019, que promovia a reforma administrativa, também previa a transferência da Funai do Ministério da Justiça – Moro, inclusive, não queria ficar com o órgão – para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.

A ministra, aliás, chegou a fazer piada antes da votação. Ao lado de Moro, em evento da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos, ela afirmou que o lugar da Funai é na sua Pasta e pediu ajuda de parlamentares para que a mudança não ocorresse. “Estou brigando pela Funai. A Funai vai ficar comigo. A Funai não vai para o Ministério da Justiça. E aqui, os parlamentares que estão presentes, eu convoco os parlamentares. A Funai vai ficar com a mamãe Damares, e não com papai Moro. Lugar da Funai é nos Direitos Humanos”, disse.

Em meio a gargalhadas, Moro respondeu que não pretendia lutar pela Funai. A Câmara e o Senado, por fim, não atenderam ao apelo de Damares e devolveram o órgão para a Pasta do ex-juiz da Lava Jato.

Paulo Guedes
Paulo Guedes, ministro da Economia, que não gostou da retirada do regime de capitalização da reforma da Previdência – 08/05/2019 (Adriano Machado/Reuters)
Continua após a publicidade

SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO

Considerado o nome mais importante da esquadra ministerial, o ministro Paulo Guedes (Economia) também colecionou suas derrotas no projeto de reforma da Previdência, com o qual pretendia economizar mais de 1,1 trilhão de reais – as estimativas mais otimistas agora falam de 800 milhões de reais a 900 milhões de reais.

Alguns pontos do projeto já eram dados como natimortos antes mesmo da tramitação, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural, e Guedes teve de engolir a retirada do sistema de capitalização. “Eu vou respeitar a decisão do Congresso, da Câmara dos Deputados. Agora é importante que, aprovada a reforma do relator, abortaram a Nova Previdência. Mostraram que não há o compromisso com as futuras gerações, é o compromisso com servidores públicos do Legislativo, que parece maior do que com as futuras gerações”, criticou Guedes.

Supremo
Sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF) – 23/05/2019 (Rosinei Coutinho/SCO/STF)

EXTINÇÃO DE CONSELHOS

No dia 13 de junho, o plenário do STF decidiu impedir, provisoriamente, que o presidente extinguisse conselhos da administração pública federal que tenham amparo em lei. Foi a primeira vez que o plenário da Corte analisou uma ação que contesta ato do atual presidente.

Continua após a publicidade

A derrota foi acachapante, por unanimidade dos onze ministros. Para piorar, a ação foi apresentada pelo principal partido de oposição ao governo, o PT. O ato presidencial, assinado na comemoração dos 100 dias de governo, determinava a extinção, a partir de 28 de junho, de conselhos, comissões, fóruns e outras denominações de colegiados da administração pública.

A maioria dos ministros do Supremo entendeu que o presidente da República não pode, por ato unilateral, como a edição de um decreto, por exemplo, extinguir conselhos da administração federal que tenham sido criados por lei e, portanto, aprovados no Congresso Nacional.

Novo auxílio emergencial: Senado aprova mas coloca limite em R$ 44 bi - Na imagem o Senado Federal
Plenário do Senado durante votação – 28/05/2019 (Marcos Oliveira/Agência Senado)

ORÇAMENTO IMPOSITIVO

Contrariando a vontade do governo, que defende um manejo mais flexível das receitas da União, o Congresso desarquivou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estava parada no Legislativo desde 2015 e aprovou a ampliação do chamado Orçamento Impositivo.

Com a mudança, o governo passou a ser obrigado a executar todas as emendas feitas por bancadas no Congresso – antes, apenas as individuais eram de execução obrigatória. A derrota era tão certa que até o PSL, partido do presidente, orientou voto a favor para que o tamanho do revés imposto ao governo não ficasse tão evidente.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.