Ao final de seu primeiro encontro com o líder americano, Donald Trump, nesta terça-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou com a possibilidade de o Brasil aderir a uma solução militar dos Estados Unidos para a crise da Venezuela. Trump voltou a dizer que “todas as opções estão sobre a mesa”. Bolsonaro esquivou-se de uma resposta direta.
“Tem certas questões que, se você divulgar, deixam de ser estratégia”, afirmou. “É questão de estratégia, e tudo o que tratarmos aqui será respeitado”, completou no Jardim das Rosas da Casa Branca.
Trump escapou de apresentar maiores detalhes sobre a opção militar para a Venezuela chamando a atenção, durante a entrevista coletiva, para a presença na plateia de Eduardo Bolsonaro, filho do líder brasileiro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. O americano já havia mencionado querer o Brasil como seu maior aliado de seu país fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte e, “quem sabe, dentro da Otan”.
“Discutimos a possibilidade de o Brasil ter um upgrade como aliado extra na Otan”, limitou-se Bolsonaro.
O presidente brasileiro agradeceu especialmente o apoio dos Estados Unidos ao ingresso do país à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Solicitado em 2017, esse acesso tem sido barrado por Washington. Diante da imprensa, Trump novamente verbalizou este apoio. “O apoio americano ao ingresso do Brasil à OCDE será entendido como um gesto de reconhecimento que marcará ainda mais a união que buscamos. Os setores privados de ambos os países têm de continuar a ser protagonistas”, agradeceu Bolsonaro.
Trump 2020
Em um gesto inusitado para um chefe de Estado estrangeiro, Bolsonaro deu seu apoio à reeleição do republicano Donald Trump em 2020. A frase surgiu depois de o próprio brasileiro ter recebido elogios do americano por sua “impressionante campanha” no Brasil.
“Respeitaremos o resultado das urnas em 2020, mas eu acredito fielmente na reeleição de Donald Trump”, afirmou Bolsonaro, que convidou o americano a visitar o Brasil. “Será muito bem recebido pelo povo brasileiro.”
Trump e Bolsonaro aproveitaram a oportunidade de expressar o consenso entre ambos na área ideológica. Trump afirmou que o socialismo é “a última coisa que queremos nos Estados Unidos”. Bolsonaro destacou o ineditismo de o Brasil ter um “presidente que não é anti-americano”.
“O regime ditatorial venezuelano faz parte de uma coligação internacional conhecida como Foro de São Paulo, que esteve próximo de conquistar o poder em toda a América Latina e que foi impedida no Brasil pela via democrática”, afirmou o presidente brasileiro. “Brasil e os Estados Unidos estão irmanados nas liberdades, no respeito à família tradicional, no temor a Deus, nosso criador, e contra a ideologia de gênero, o politicamente correto e as fake news”, completou.