Bolsonaro diz que Moro é patrimônio nacional e que não irá demiti-lo
No dia em que o ministro da Justiça foi ouvido por senadores sobre diálogos vazados, presidente diz que até agora não viu nada de mais nas conversas
Horas depois de o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) ter dito a senadores que não tem apego ao posto no governo e que sai caso seja comprovada alguma irregularidade nos diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) saiu em defesa do ex-juiz da Lava Jato. “Eu também não tenho apego ao meu cargo. O ministro é livre para tomar as decisões que bem entender. O Sergio Moro é patrimônio nacional e, se depender de mim, não sai.”
Em entrevista coletiva, após solenidade militar de formatura de sargentos da Aeronáutica, em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, Bolsonaro disse que, “até agora”, não viu nada de mais nas conversas de Moro. Questionado se poderia demitir o ministro, como fez com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, disse que não demitiu Levy, mas foi ele quem pediu para sair – um dia antes, no entanto, o presidente ameaçou publicamente demitir o dirigente do BNDES porque já estava “por aqui” com o subordinado.
“Não posso casar pensando em separar um dia. Não vi nada de anormal até agora (nas conversas de Moro). Querem tentar me atingir atacando quem está do meu lado. O Sergio Moro é patrimônio, podem procurar outro alvo porque esse já era. Ele fica.”