O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira, 19, que pretende vetar o fundão eleitoral de 2 bilhões de reais aprovado no Congresso Nacional na última terça 17. Na frente do Palácio da Alvorada, o presidente disse não considerar “justo” o recurso usado para financiar campanhas eleitorais com dinheiro público por criar condições de desigualdade entre candidatos novos e aqueles que buscam a reeleição.
“Havendo brecha para vetar, eu vou fazer isso. Eu não vejo como justo um recurso para fazer campanha. Muitos defendem que o parlamentar não deve nem ganhar nada… Não vou entrar no mérito. Mas o dinheiro vai para quem? É para manter no poder quem já está lá. Dificilmente vai para um jovem candidato”, disse Bolsonaro, que fez uma ressalva que não está fazendo “nenhuma maldade contra o Parlamento”.
O orçamento de 2020 foi aprovado com dois mecanismos para alimentar o caixa dos partidos – um é o fundo partidário, de cerca de 1 bilhão de reais, que serve para custear despesas como contas de luz, água e salário dos funcionários das siglas; o outro é o fundo eleitoral, de cerca de 2 bilhão de reais, que é utilizado para financiar campanhas em anos eleitorais.
Se Bolsonaro vetar o trecho sobre fundão, o Congresso pode derrubar o veto por meio de maioria absoluta, ou seja, com no mínimo 257 votos de deputados e 41 de senadores. O recurso eleitoral foi aprovado na terça-feira por 242 votos a 167.