O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 22, que poderá tirar do papel seu partido, o Aliança pelo Brasil, em um mês, se for “positivo” o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre coleta eletrônica de assinaturas. “Se for positiva, forma num mês o partido. Se não for, vai demorar alguns meses, longos meses”, afirmou Bolsonaro.
Para ser registrado oficialmente e poder disputar eleições, ainda será necessária a coleta de cerca de 500 mil assinaturas, em pelo menos nove estados. O prazo para que o partido seja registrado a tempo de concorrer nas eleições municipais do ano que vem é apertado e termina em março de 2020. A expectativa é de que Bolsonaro possa ser o principal fator de mobilização para conseguir os apoios necessários.
Em parecer ao TSE, o vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques, se manifestou contra a coleta de assinaturas digitais para criar siglas. Crítico do voto eletrônico, Bolsonaro fez um questionamento na quinta-feira, 21: “o voto pode, assinatura não pode? De acordo com a decisão, a gente vai saber se forma [o partido] para março ou para o final do ano que vem”, disse o presidente. “Se passar só para biometria também ajuda. acho que maior parte dos eleitores estão na biometria, daí a gente resolve isso aí”, afirmou Bolsonaro nesta sexta.
O presidente também comentou sobre o projeto de lei que trata de excludente de ilicitude para agentes em ações de Garantia e Lei da Ordem (GLO). Ele não quis comentar qual é sua expectativa sobre aprovação do texto..
“Não sei [se haverá resistência]. Existe a reação da esquerda. O falso direitos humanos [sic]. Qualquer problema é culpa da polícia. Tivemos estados onde a polícia não foi para a rua, vê a desgraça que aconteceu. Temos de prestigiar o policial”, disse Bolsonaro. “Não posso [especular quando vai ser aprovado]. Fiquei 28 anos lá dentro [do Congresso]. Tem projeto meu [tramitando] desde quando assumi em 1991”, afirmou.
No lançamento oficial da Aliança pelo Brasil nesta quinta-feira, 21, Bolsonaro criticou o PSL, sua antiga sigla pela qual chegou à Presidência da República em 2018, e disse que a nova legenda que irá criar não terá dono nem gente que queira “fazer do partido um negócio para eles”. Ele disse que se tivesse tomado a iniciativa de criar um partido já para a eleição de 2018, talvez o seu desempenho tivesse sido ainda melhor.
(Com Estadão Conteúdo)