Ainda em recuperação de uma cirurgia para corrigir uma hérnia e usando uma sonda nasogástrica, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deverá reassumir suas funções nesta sexta-feira, 12, de dentro do hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Não há, entretanto, previsão de alta médica. A expectativa era que ele voltasse às suas funções nesta quinta-feira, 12.
“A alta é conforme a evolução do presidante, baseada nas análises da equipe médica e no momento adequado far-se-á presente. Não há previsão”, afirmou o porta-voz Otávio Rêgo Barros, em entrevista coletiva. Ele acrescentou que assim como o retorno às atividades do presidente, também está mantida a viagem a Nova York para a Assembleia Geral da ONU.
O hospital montou uma estrutura na ala onde Bolsonaro está internado para que ele possa voltar ao trabalho, o que inclui uma sala com conexão direta com o Palácio do Planalto, em Brasília. Rêgo Barros explicou que, embora as visitas continuem restritas, o presidente poderá receber autoridades se for necessário.
De acordo com boletim divulgado nesta quinta, Bolsonaro apresenta evolução clínica favorável, “sem dor, afebril e com recuperação progressiva dos movimentos intestinais”. “Os exames laboratoriais seguem estáveis. Permanece com sonda nasogástrica, em jejum oral e alimentação parenteral (endovenosa). Mantém fisioterapia respiratória e motora. Feito curativo cirúrgico, com ferida operatória de bom aspecto”, diz a nota.
Segundo o médico Antônio Macedo, o presidente também tem boa evolução nos movimentos intestinais, que chegaram a ficar paralisados — uma reação considerada normal ao procedimento cirúrgico. Em razão de acúmulo de ar nesta região do abdome, Bolsonaro começou a usar uma sonda para a drenagem de gases.
O cirurgião afirmou que o equipamento deve ser retirado entre hoje e amanhã pela manhã e Bolsonaro poderá voltar a receber dieta líquida (com caldos ralos, chá e gelatina). Após isso, com a evolução para dieta cremosa, o médico estará apto para viajar. Ao responder uma pergunta sobre a demissão do ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra e as consequências dessas decisões para a recuperação do presidente, Macedo disse que não sentiu Bolsonaro estressado. “A pressão é boa, a frequência cardíaca é boa. Ele está calmo”, disse.
Bolsonaro foi submetido ao procedimento no último domingo, em São Paulo, em decorrência da série de cirurgias pela qual passou após sofrer um atentado a faca durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro do ano passado. Esta foi a quarta cirurgia realizada no presidente e a expectativa inicial é que ele teria alta em até seis dias.