Bolsonaro comemora apoio de ruralistas; Alckmin critica adesão
Frente composta por 260 parlamentares, muitos deles ligados ao Centrão, declarou apoio ao candidato nesta terça; tucano chamou adesão de 'desrespeitosa'
O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados comemoraram o anúncio da adesão à sua campanha da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também conhecida como bancada ruralista, que reúne 260 deputados federais e senadores no Congresso.
Bolsonaro publicou em sua conta no Twitter um vídeo em que aparece ao lado da deputada Tereza Cristina (DEM-MS), presidente da frente, para anunciar o apoio.
Em carta, ela disse que a decisão “atende ao clamor do setor produtivo nacional, de empreendedores individuais aos pequenos agricultores e representantes dos grandes negócios”.
No documento, a deputada lembra que “as recentes pesquisas eleitorais trazem o retrato da polarização na disputa nacional, o que causa grande preocupação com o futuro do Brasil”. E emenda: “Portanto, certos de nosso compromisso com os próximos anos de uma governabilidade responsável e transparente, uniremos esforços para evitar que candidatos ligados a esquemas de corrupção e ao aprofundamento da crise econômica brasileira retornem ao comando do nosso país”.
Embora setores do agronegócio já tenham prestado anteriormente, mas de forma segmentada, apoio a Bolsonaro, a decisão da frente parlamentar foi considerada importante. A avaliação dos aliados é que a adesão ajudará na formação de uma bancada no Congresso, considerada essencial para as votações e para a governabilidade, já que o candidato é de um partido pequeno, o PSL, e tem apoio apenas do PRTB. Dos 260 parlamentares que integram a FPA, muitos são oriundos do Centrão, que hoje apoia o tucano Geraldo Alckmin (PSDB) — 27 são senadores, e 233, deputados federais.
‘Manifestação desrespeitosa’
Geraldo Alckmin criticou a manifestação de apoio dada pela bancada ruralista ao capitão reformado do Exército. O tucano disse que deputados e senadores da frente não foram consultados e que a manifestação foi um ato “individual e extemporâneo”.
“A manifestação da FPA foi até desrespeitosa. Eu também sou agricultor e não fui consultado. Deputados e senadores não foram consultados. Quem eles consultaram?”, indagou Alckmin, que participou de um encontro de lideranças convocado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), na capital paulista.
Com Estadão Conteúdo