PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

As atitudes que traduzem o desânimo de Bolsonaro na campanha de Ramagem no Rio

Ex-presidente dificultou a organização prévia de agendas com candidato do PL, negou ida ao último debate e não vai acompanhá-lo durante seu voto no domingo

Por Lucas Mathias Atualizado em 4 out 2024, 14h39 - Publicado em 4 out 2024, 13h24

Tratada como a última cartada da campanha de Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura do Rio, a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à capital fluminense não teve o entusiasmo esperado. O capitão era aguardado no estado para turbinar candidatos importantes para o partido no interior e na Região Metropolitana, mas principalmente para contribuir na disputa contra o prefeito Eduardo Paes (PSD) em território carioca. A dois dias da votação nas urnas, contudo, o que se viu foi uma única aparição pública do ex-chefe do Planalto com Ramagem, feita de última hora, de maneira improvisada e sem que o postulante do PL pudesse opinar. 

Até a semana passada, a ideia era que o sprint final de Ramagem contasse com agendas nas ruas ao lado de Bolsonaro, aproximando o candidato ainda mais da população carioca em um momento de crescimento nas pesquisas — justamente por causa da associação com o ex-presidente. A atenção do capitão, porém, acabou mais voltada para a cidade de Angra dos Reis — uma das prioridades dos bolsonaristas no estado, como mostrou VEJA — e para Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Neste último ato, realizado na tarde desta quinta-feira, 3, Bolsonaro subiu em palanque para centenas de pessoas ao lado do candidato a prefeito local Netinho Reis (MDB), nos moldes do que era esperado para a capital. 

Nesse período, o único encontro público entre Bolsonaro e Ramagem até aqui aconteceu na manhã desta quinta. Embora a campanha tentasse organizar a programação, o ex-presidente se limitou a pedir que o candidato do PL o encontrasse em sua casa, às 7h. Ramagem assim o fez, e cinco minutos depois, ao descobrir o destino, partiu junto com Bolsonaro em direção à Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade do Rio. Lá, subiram no alto de uma passarela na altura de Guadalupe, bairro da Zona Norte, e acenaram aos motoristas que, animados com a presença do capitão, buzinavam. 

O improviso na escolha do local custou a divulgação do número usado por Ramagem nas urnas: não havia muitas referências à campanha, à exceção dos pequenos adesivos usados pela comitiva, que incluía Carlos e Flávio, filhos de Bolsonaro, e de um pequena bandeira tremulada ao lado deles. Questionado sobre a falta de aderência do ex-presidente à campanha, um integrante da equipe de Ramagem foi sucinto: “É esse o jeitão de Bolsonaro, não tem muito o que fazer”, disse. 

Horas depois, o candidato do PL já se preparava para o debate da TV Globo, tratado com grande importância pelas campanhas por ser o último antes do primeiro turno da eleição, marcada para este domingo, 6. Ramagem hoje ocupa a segunda posição nas pesquisas, com 22% das intenções de voto, atrás de Eduardo Paes, que soma 54% e pode liquidar a fatura antes do segundo turno. Nem esse argumento convenceu Bolsonaro a colar no aliado político. Convidado por Ramagem a acompanhá-lo nos estúdios da Globo para o programa, Bolsonaro preferiu terceirizar a tarefa para o filho. “Leva o Carlos”, sugeriu o ex-presidente. 

Continua após a publicidade

A pouca empolgação passa pela improvável virada de Ramagem contra Paes, que conseguiu manter ao longo de toda a campanha patamar acima dos 50% das intenções de voto. O cenário foi reconhecido por Bolsonaro na caminhada feita por ele em Angra dos Reis. “Está difícil. Vamos tentar fazer com que haja segundo turno. Acredito que é possível”, projetou, quando questionado sobre a eleição carioca. 

Para esta sexta-feira, é esperado novo ato de Ramagem com Bolsonaro na Zona Oeste do Rio, região mais populosa e onde o ex-presidente tem histórico de boas votações. Mas, até o momento, sua campanha não divulgou agenda alguma, nem foi publicado registro nas redes sociais dos dois. 

E a distância deve permanecer no domingo: como faz tradicionalmente, Bolsonaro deverá votar sozinho nas primeiras horas da manhã em sua zona eleitoral, na Vila Militar, enquanto Ramagem também irá às urnas sem a companhia de quem tem classificado como seu “único padrinho político”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.