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‘Arco com responsabilidade perante o fisco’, diz Bolsonaro sobre cheque

Presidente eleito alega que não declarou no Imposto de Renda valor pago por ex-assessor a Michelle Bolsonaro porque montante 'foi se avolumando'

Por Redação
8 dez 2018, 15h26

Após justificar como “pagamento de dívida” o cheque de 24.000 reais destinado pelo ex-motorista Fabrício José Carlos de Queiroz à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente eleito Jair Bolsonaro declarou neste sábado, 8, que não declarou a transação no Imposto de Renda porque o montante a ser pago por Queiroz “foi se avolumando”. O cheque foi listado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) entre o 1,2 milhão de reais em transações suspeitas de Fabrício Queiroz, que era motorista de Flávio Bolsonaro.

“O empréstimo foi se avolumando e eu não posso, de um ano para o outro, (colocar) mais 10.000 reais, mais 15.000 reais. Se eu errei, eu arco com a minha responsabilidade perante o fisco. Não tem problema nenhum”, declarou.

Bolsonaro explicou que conhece Queiroz desde 1984. Nesse período, disse, a relação entre dois se intensificou. O presidente eleito relatou não ter se encontrado com o ex-assessor de Flávio após a divulgação das investigações do Coaf sobre a movimentação atípica de dinheiro em sua conta entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017, reveladas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

“Eu não conversei com ele. Se ele quiser conversar comigo, mas acho que não seria prudente”, declarou o presidente eleito, após participar de um evento na Escola Naval, no Rio de Janeiro.

Para Jair Bolsonaro, a movimentação entre as contas de Fabrício Queiroz e outros membros de seu gabinete é normal. Da mesma forma, disse considerar normal que a filha de Queiroz trabalhasse em seu gabinete. Conforme VEJA mostrou, Nathalia Melo Queiroz repassou mais de 84.000 reais ao pai no período analisado pelo Coaf e foi uma das sete ex-servidoras do gabinete de Flávio Bolsonaro a fazer transferências bancárias a Fabrício Queiroz, em um valor total de 116.556 reais.

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Segundo Bolsonaro, a movimentação identificada pelo Coaf ocorreu no último ano, mas os empréstimos começaram “lá atrás”. “Já o socorri financeiramente em outras oportunidades. Nessa última, houve um acúmulo de dívidas da parte dele para comigo e ele resolveu me pagar em cheques”, disse, frisando que recebeu dez cheques de 4.000 reais.

O pesselista destacou que os recursos pertencem a ele, e não a Michelle, e disse esperar que Queiroz se explique. “Na conta do Queiroz não tenho nada a falar. Foi na (conta) da minha esposa, pode considerar na minha conta”, declarou. “Não quer dizer que eles sejam criminosos”, completou.

Em entrevista ao site O Antagonista nesta sexta-feira 7, Jair Bolsonaro afirmou que o dinheiro foi destinado à conta de sua mulher porque ele não costuma sair de casa. “Só não foi na minha por uma questão de mobilidade”, disse ele hoje. “Ninguém recebe ou dá dinheiro sujo com cheque nominal”, ironizou.

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Neste sábado, Bolsonaro também atribuiu a advogados de deputados estaduais do Rio de Janeiro presos na Operação Furna da Onça, em cujo âmbito o relatório do Coaf foi produzido, de vazarem informações sobre Fabrício José Carlos de Queiroz. “Pente fino do Coaf foi feito no início do ano. Foram advogados que vazaram isso agora para tentar desviar o foco da atenção, deles para o meu filho”, acusou.

Flávio Bolsonaro não é investigado na Furna da Onça. Os dados de Fabrício Queiroz foram analisados pelo Coaf porque o órgão incluiu todos os servidores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na apuração.

(com Estadão Conteúdo)

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