Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Após atrito com governadores do Nordeste, Bolsonaro vai à Bahia hoje

Rui Costa (PT), governador do Estado, cancelou participação em evento com o presidente e acusa Planalto de restringir acesso no local para evitar protestos

Por Diego Freire Atualizado em 23 jul 2019, 07h50 - Publicado em 23 jul 2019, 01h15
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Quatro dias após o vazamento de um áudio no qual usou o termo “de Paraíba” para se referir aos governadores nordestinos, o presidente Jair Bolsonaro visitará a região nesta terça-feira, 23. Às 9h30, o presidente embarca em Brasília com destino à cidade baiana de Vitória da Conquista, onde participará da inauguração do aeroporto Glauber Rocha.

    Rui Costa (PT), governador da Bahia, era outra autoridade esperada no evento, mas cancelou a participação em meio ao desgaste entre o governo federal e algumas lideranças da região. “Exercitando a boa educação que aprendi, convidei o governo federal a se fazer presente no ato de inauguração, nesta grande festa. Infelizmente, confundiram a boa educação com covardia, e desde então, temos presenciado agressões ao povo do Nordeste e ao povo da Bahia”, disse Costa na véspera.

    “A medida anunciada é excluir o povo da inauguração, fazer uma inauguração restrita a poucas pessoas, escolhidas a dedo como se fosse uma convenção político-partidária. Não posso concordar com isso”, completou o governador baiano. Por meio de pronunciamento de seu porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, a Presidência negou ter determinado que o evento seja fechado e que tenha recebido informações sobre eventuais protestos.

    O aeroporto Glauber Rocha – batizado em homenagem ao cineasta natural de Vitória da Conquista, responsável por longas premiados como Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro – custou cerca de 145 milhões de reais em recursos do governo federal e estadual, com financiamento federal concluído na gestão presidencial anterior, de Michel Temer.

    Sete governadores da região nordestina são filiados a partidos opositores ao governo Bolsonaro: Camilo Santana (PT-CE), Fátima Bezerra (PT-RN), Flávio Dino (PCdoB-MA), João Azevêdo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Rui Costa (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI). Os outros dois – Renan Filho (MDB-AL) e Belivaldo Chagas (PSD-SE) – pertencem a legendas que, segundo declarações de seus líderes, não integram a base governista, mas estão alinhadas em questões específicas.

    Continua após a publicidade

    Todos eles assinaram carta em repúdio ao áudio no qual Bolsonaro usa a expressão “de Paraíba” para se referir a governadores da região e diz que o maranhense Flávio Dino era o “pior deles”.

    Declaração

    Na sexta-feira, um áudio vazou com uma conversa entre Bolsonaro e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante café da manhã com jornalistas. No diálogo, o presidente diz: “Daqueles governadores de ‘Paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”. Em carta, tanto o governador maranhense, Flávio Dino, quanto outros políticos da região acusaram o presidente de preconceito. 

    Bolsonaro confirmou a crítica a Dino, mas não o termo “de Paraíba”. O presidente disse que foi “uma crítica em 3 segundos” e que a imprensa “fez uma festa” com a declaração. “Eles [os governadores do Nordeste] são unidos. Eles têm uma ideologia, perderam as eleições e tentam o tempo todo através da desinformação manipular eleitores nordestinos”, avaliou.

    Continua após a publicidade

    Ao longo do fim de semana, ele voltou a comentar o caso em entrevistas. “Falei sobre governadores do Maranhão e da Paraíba, que são intragáveis. Tenho tanta crítica ao Nordeste que casei com a filha de um cearense”, declarou Bolsonaro no sábado.

    “A Bahia é Brasil. Sem problemas. Sou amigo do Nordeste, poxa. Se eu tenho um problema no Sul, não se fala na Região Sul, Centro-Oeste e Norte. Por que essa história? Vocês mesmos da mídia querem separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é minha terra e eu ando em qualquer lugar do território brasileiro”, disse o presidente, também no sábado, a jornalistas.

    Em contrapartida, além de políticos, outras personalidades nordestinas, como as cantoras Alcione e Daniela Mercury, gravaram vídeos nas redes sociais criticando a expressão utilizada por Bolsonaro no áudio. “Presidente Bolsonaro, não votei no senhor e não me arrependo. Eu sou uma brasileira que não torço contra o governo, porque não sou burra. Mas meu avô já dizia, quem quer respeito, se dá. E o senhor não está se dando ao respeito. O senhor precisa respeitar o povo nordestino. Respeite o Maranhão”, afirmou Alcione, vestindo uma camisa com a estampa da bandeira do estado

    Continua após a publicidade

    Nesta segunda-feira, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) postou em suas redes sociais um vídeo no qual acusa Bolsonaro de se referir de maneira preconceituosa contra nordestinos. Na filmagem, o presidente questiona se o ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, possui parentes “pau-de-arara”, se referindo à região. Com a resposta afirmativa do ministro, Bolsonaro diz: “Com esta cabeça aí, tu não nega não”.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.