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Após Funai, Damares quer assumir também a Fundação Palmares

Futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos pretende trazer para seu comando instituição voltada para a preservação da cultura afro-brasileira

Por Da Redação 10 dez 2018, 14h54
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  • A futura ministra Damares Alves que assumirá o novo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humano, deverá ter sob sua tutela, além da Fundação Nacional do Índio (Funai), o comando das atividades da Fundação Palmares, instituição que atualmente está vinculada ao Ministério da Cultura.

    A ministra confirmou o plano de integrar a fundação criada para incentivar a preservação da arte e da cultura afro-brasileira. “Estamos estudando isso. Pode ser que a Fundação Palmares fique conosco. Temos de reconhecer o bom trabalho que essa fundação já fez. Esses povos existem, estão aí e não serão ignorados”, declarou.

    A Fundação Palmares está em atividade desde 1988, tendo sido a primeira instituição pública voltada para promoção e preservação da arte e da cultura afro-brasileira. Neste período, emitiu mais de 2.400 certificações para comunidades quilombolas no país. O documento reconhece os direitos das comunidades quilombolas e dá acesso aos programas sociais do governo federal.

    As comunidades quilombolas foram alvos de ataque do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante discurso realizado no Clube Hebraica, no Rio, em abril de 2017. “Eu fui em um quilombo em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”, afirmou o então deputado. Bolsonaro disse ainda que os quilombolas da comunidade “não fazem nada” e “nem para procriador eles servem mais”.

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    Bolsonaro foi alvo de ação do Ministério Público Federal. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em junho deste ano, defendeu o recebimento da denúncia contra ele por racismo e manifestação discriminatória contra quilombolas, indígenas e refugiados e o parecer foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para Raquel, as palavras utilizadas por Jair Bolsonaro ultrapassaram a liberdade de pensamento e transbordam para o conteúdo discriminatório e preconceituoso aos grupos aos quais ofende.

    Em setembro, porém, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro pelo crime de racismo por ter se referido ao peso de quilombolas por arrobas, medida usada para pesagem de animais. O julgamento estava empatado em 2 a 2, mas o ministro Alexandre de Moraes desempatou votando no sentido de arquivar o caso.

    (Com Estadão Conteúdo)

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