Para marcar os dois meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes (em 14 de março), a Anistia Internacional divulgou um comunicado em que renova a pressão sobre as autoridades de segurança para que o caso seja solucionado. O documento traz declarações da diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, dos pais e da irmã da vereadora.
“A cada dia que se passa, as chances de que um caso de homicídio seja resolvido diminui. Não podemos deixar que o assassinato de Marielle fique sem resposta, porque a impunidade alimenta o ciclo de violência. É muito importante que a mobilização das pessoas seja cada vez maior. Isso é fundamental para a resolução deste caso”, afirma Werneck.
Para a diretora-geral, só a mobilização popular impedirá que o caso caia no esquecimento sem solução. “Sem pressão, não haverá solução. A mobilização das pessoas foi fundamental para que o mundo tomasse conhecimento da execução de Marielle, que chocou a todos e ainda causa dor todos os dias”, escreveu, completando que “precisamos continuar cobrando os responsáveis pela investigação do crime”.
A cada dia que se passa, as chances de que um caso de homicídio seja resolvido diminui. Não podemos deixar que o assassinato de Marielle fique sem resposta, porque a impunidade alimenta o ciclo de violência.
Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil
Jurema Werneck ressaltou o abaixo-assinado que a seção brasileira da entidade internacional está promovendo e afirmou que a investigação do crime continuará sendo uma das prioridades locais da Anistia. “Temos nos mobilizado para que as autoridades não deixem de dar a resposta que toda sociedade, não apenas no Brasil, mas em todo mundo, precisa: Quem matou e quem mandou matar Marielle Franco? Não descansaremos até que este assassinato seja esclarecido”, concluiu.
Família
O texto também traz mensagens de familiares da parlamentar assassinada. A mãe, Marinete, diz acreditar “na seriedade do trabalho que tem sido feito na investigação” e destacou o alcance do crime. “Não é uma resposta para a família somente, mas para o mundo inteiro. E a luta tem que continuar”, afirmou.
A irmã, Anielle, e o pai, Antonio Francisco, destacaram o caráter militante de Marielle como motivação: “Enquanto tivermos forças, iremos exigir justiça ocupando as ruas e espaços públicos. Minha irmã era resistência e é assim que iremos até o final”, diz Anielle. “Ela era muito raçuda e corajosa. Quem a matou fez o oposto. Não colocaram a cara, se esconderam. São 60 dias de um vazio sem fim”, completa o pai.