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Andrada diz que permanecerá como relator de denúncia contra Temer

Decisão agrava a divisão interna do PSDB, que estuda a destituição do deputado mineiro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)

Por Da Redação Atualizado em 5 out 2017, 10h52 - Publicado em 5 out 2017, 10h24

Apesar das especulações sobre sua permanência ou não como relator da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), o deputado tucano Bonifácio de Andrada (MG) disse, nesta última quarta-feira, que permanecerá na relatoria.

“Pretendo seguir a orientação do presidente da Comissão. A orientação dele [deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)] é me manter como relator. Quando ele me mantém como relator, ele faz recair sobre mim tarefas altamente complexas, difíceis e urgentes”, disse o parlamentar.

Bonifácio não informou quando apresentará o seu parecer. Ele afirmou ainda que analisa um extenso material, com mais de 2.000 páginas e agora, com a apresentação das defesas dos acusados, terá que se debruçar também sobre o que dizem os advogados nas peças.

Divisão

A polêmica em torno da relatoria teve início quando o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), informou que havia pedido ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que não indicasse para a relatoria um membro da sigla. O convite a Andrada, no entanto, já havia sido feito antes da solicitação do líder tucano. Na tarde de ontem, Pacheco voltou a afirmar que manteria Bonifácio Andrada no cargo.

Ricardo Tripoli, deixou para esta quinta-feira a decisão sobre a possível destituição de Bonifácio da CCJ. Diante do atual cenário, em que o mineiro diz que não se licencia do partido e também não abandona a relatoria da denúncia contra Michel Temer, Tripoli sinalizou que sobraram poucas alternativas além da destituição. “Resta muito pouco para eu fazer como líder”, desabafou.

O líder tucano na Câmara enfatizou, também, estar entristecido com a situação. Lembrou que Bonifácio de Andrada havia garantido a ele e ao presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que não aceitaria a relatoria. “Tenho dificuldade em entender o gesto político dele”, comentou. “Nunca pedi para ninguém votar sim ou não. Só estou pedindo para não relatar”, emendou.

Ricardo Tripoli deixou claro que a escolha de Bonifácio gerou um problema partidário, pois o parecer (que tende a ser favorável a Temer) será visto como obra do PSDB para salvar o presidente da República da abertura de processo. “Isso (desgaste) pode interessar a outro partido, não ao PSDB”, reclamou. O autor do relatório contrário à primeira denúncia contra Temer já havia sido um tucano, Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Dividido, o partido reúne um grupo de deputados que pretende votar pela autorização da denúncia. Na análise primeira acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer, o número de deputados do PSDB que votaram pelo arquivamento da investigação foi maior do que os que optaram pelo prosseguimento da apuração. Bonifácio de Andrada foi um dos parlamentares tucanos que ficaram ao lado do governo.

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Entre as possibilidades aventadas na Câmara está a de Bonifácio se licenciar do PSDB e atuar na CCJ indicado por outro partido. O presidente da CCJ disse que cumprirá “exatamente” o regimento da Câmara, caso o parlamentar seja substituído na comissão por outro deputado pela liderança partido.

“Considero que a escolha do Bonifácio está feita, ele é parlamentar ativo, membro da CCJ. Não acredito que uma eventual licença do partido seja um inibidor, do ponto de vista regimental, para que ele relate a matéria. Mas vamos fazer essa avaliação e pode ter certeza de que tudo que for adequado regimentalmente nós vamos cumprir”, diz Rodrigo Pacheco.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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