“Ainda não é o ano das esquerdas”, afirma presidente do PSB
Para Carlos Siqueira, depois de avaliar o resultado das eleições municipais, é preciso construir um programa que sirva de contraponto à direita

Embora considere não ser ainda o ano das esquerdas, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, avaliou como positiva a parceria com o PDT nas principais capitais do país. A VEJA, Siqueira, afirmou, baseado nas pesquisas eleitorais divulgadas no sábado 14, que candidaturas competitivas em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Aracaju, Rio Branco, Macapá e Maceió, onde os dois partidos compõem uma chapa, demonstram a força que o campo de centro-esquerda pode ter nacionalmente em 2022.
“O clima político no mundo, e no Brasil não é diferente, ainda não é dos mais favoráveis para a esquerda, então, ainda não é o ano das esquerdas. Há ainda, sem dúvida, o fortalecimento das forças conservadoras, mas acho que se conseguirmos construir pontes podemos mudar o ambiente para 2022”, disse. Para Siqueira, porém, é preciso antes de qualquer conversa com vistas a eleição presidencial avaliar o resultado das eleições municipais “e construir um programa que faça oposição ao que a direita prometeu e não entregou”. “Disseram que as reformas da Previdência e trabalhista seriam a panaceia, mas criou desemprego e precarizou as relações trabalhistas.”
A dobradinha PSB e PDT briga por uma vaga no segundo turno dos dois maiores colégios eleitorais do pais. Em São Paulo, o ex-governador Márcio França, do PSB e com vice do PDT, aparece, tanto no Ibope como no Datafolha, em terceiro lugar, disputando uma vaga no segundo turno. No Rio de Janeiro, a deputada estadual Martha Rocha, do PDT e com um vice do PSB, também aparece brigando por uma vaga no segundo turno. Em Recife, Fortaleza e Aracaju os dois partidos têm mais chance de sucesso.
Em 2016, a esquerda, incluindo, além de PSB e PDT, PT, PCdoB e PSOL, conseguiu levar 12 capitais. Neste ano, a se confirmarem as pesquisas, as esquerdas brigam por onze.