O agressor confesso do candidato do PSL Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, deixou Juiz de Fora (MG) no início da manhã deste sábado 8, para ser transferido ao presídio federal de Campo Grande (MS).
Pouco antes das 7h30, ele chegou ao aeroporto de Juiz de Fora, escoltado por policiais federais. Adélio passou a noite em um centro de detenção provisória na cidade mineira.
Ele deve desembarcar do avião da Polícia Federal (PF) em Campo Grande por volta do meio dia deste sábado.
Nesta sexta 7, ele foi novamente interrogado na sede da PF. Os oficiais querem saber se ele realmente agiu sozinho, como alegou, ou se teve ajuda de outras pessoas e se o crime teve a participação de um mentor intelectual.
A decisão de transferi-lo para um presídio federal foi tomada em comum acordo entre a juíza federal Patrícia Alencar, que ouviu Adélio ontem (7), em audiência de instrução, o Ministério Público Federal e a própria defesa do acusado.
O objetivo é garantir sua integridade física, já que poderia ser morto dentro do sistema prisional comum.
Após o ataque, o agressor, de 40 anos, foi prontamente levado para uma delegacia e, lá, assumiu o crime e disse que teria agido por contra própria e “em nome de Deus”. Adélio estava provisoriamente no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), em Juiz de Fora, antes de ser transferido.
Os advogados de Adélio afirmam que vão pedir um exame de sanidade mental em seu cliente, já que ele teria feito uso de remédios psiquiátricos controlados. Dependendo dos resultados, ele poderia ser considerado inimputável ou semi-imputável.
Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen em um ato de campanha em Juiz de Fora na tarde de quinta-feira 6. O candidato foi transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo, na manhã de ontem.
Boletim médico divulgado por seus médicos na tarde desta sexta-feira mostra que o político segue internado na unidade de tratamento intensivo (UTI), mas está “consciente e em boas condições clínicas”.
Em entrevista na quinta-feira, o cirurgião Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que conduziu a operação de cerca de quatro horas que salvou a vida de Bolsonaro, apontou que a facada desferida por Adelio Bispo de Oliveira em Bolsonaro causou uma “volumosa hemorragia interna”, deixou três perfurações no intestino delgado do presidenciável, que foram suturadas, e uma “lesão grave” no cólon transverso, uma porção do intestino grosso.
Neste caso, não houve pontos, mas um procedimento conhecido como colostomia, que consiste na exteriorização de parte do intestino em uma bolsa, onde são excretados fezes e gases.
Segundo o cirurgião, Bolsonaro deve ficar cerca de dois meses com a bolsa da colostomia e, então, será operado novamente para reverter o procedimento. Como o prazo terminaria depois das eleições, o médico foi questionado sobre se a colostomia impediria o candidato de fazer campanha. Ele respondeu que há pacientes que convivem com a bolsa permanentemente, com “qualidade de vida”.
(Com Agência Brasil)