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Aécio Neves: vamos sair do governo pela porta da frente

O presidente afastado criticou a ala do PSDB que faz oposição ao governo de usar a discussão sobre a saída do governo para não votar a agenda de reformas

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 4 jun 2024, 19h36 - Publicado em 11 nov 2017, 16h57

Dois dias depois de destituir o senador Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB, o senador Aécio Neves, presidente afastado do partido, participou nesse sábado da convenção tucana em Minas Gerais que reelegeu seu aliado, o deputado Domingos Sávio, presidente da legenda no Estado.

Em entrevista no final do evento, Aécio reconheceu que o PSDB deixará em breve o governo Michel Temer, mas criticou os “cabeças pretas”, ala que faz oposição ao Palácio do Planalto. “Vamos sair do governo pela porta da frente, da mesma forma que entramos”, disse o senador.

Segundo Aécio, há no partido uma “falsa discussão” sobre a permanência ou debandada dos tucanos da Esplanada dos Ministérios. “Vejo uma falsa discussão, como se essa fosse a questão central: sai ou não do governo. Isso só serve aos interesses de uma eleição interna. Não posso aceitar a pecha de que a presença do PSDB no governo é fisiológica”, afirmou.

Segundo o senador, há no PSDB “um convencimento de todos” de que está chegando o momento de deixar o governo. “Quero sugerir aos dois candidatos (à presidência do partido) que convoquem os ministros do PSDB para uma reunião e que definam o momento da saída.” Aos jornalistas, Aécio afirmou que, após a posse de Temer, chegou a “aventar” Tasso Jereissati para ocupar o ministério de Desenvolvimento Econômico.

“Não vejo os cabeças pretas defenderem as reformas com o mesmo ímpeto que defendem a saída do governo. Boa parte desta discussão é uma desculpa para não votar a agenda de reformas”, disse Aécio.

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Sobre a destituição de Tasso e a indicação do ex-governador Alberto Goldman para ocupar a presidência interina do PSDB, Aécio afirmou que agiu “com a responsabilidade de sempre”.

Ao falar sobre esse ponto, o senador cometeu um ato falho. “No momento que indiquei Tasso para assumir a presidência da República, o fiz pelo fato de ele não ser candidato à própria reeleição. Não seria lícito que eu indicasse alguém para a interinidade e esse alguém a utilizasse para construir uma candidatura.” Aécio disse ainda que, quando indicou Tasso para o cargo, assumiu com isso um desgaste e contrariou a posição “unânime” da bancada federal que, segundo ele, apresentava o nome de outro candidato.

Após Aécio ser flagrado em um áudio pedindo empréstimo a Joesley Batista, ele se afastou da presidência do partido. Naquele momento, o favorito da bancada era o deputado federal Carlos Sampaio, de São Paulo.

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