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A tática do ‘muro do Bope’ explicada pelo secretário da Polícia Militar do Rio

Coronel Marcelo Menezes defende ação policial e afirma: “Estamos enfrentando narcoterroristas com treinamento militar e poder bélico inédito”

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 out 2025, 16h20

Em meio à repercussão nacional da megaoperação policial que deixou dezenas de mortos no Complexo do Alemão e da Penha, o secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Marcelo de Menezes, afirmou que o episódio não representa uma “crise”, mas “um ponto de virada” na política de segurança pública do estado.

Em entrevista ao programa Os Três Poderes, apresentado por Marcela Rahal, o secretário defendeu a estratégia da operação e rebateu críticas sobre o alto número de mortes de suspeitos, classificando os criminosos como “narcoterroristas altamente armados e preparados para o confronto”.

“Não há crise na segurança pública do Rio. O que existe é um momento de virada. Um momento em que as pessoas de bem precisam estar unidas para discutir um assunto que hoje é de governabilidade nacional”, disse. “As organizações criminosas deixaram de ser um problema local. Elas se tornaram uma ameaça à soberania e à defesa do Estado Democrático de Direito.”

A tática do ‘Muro do BOPE’

Segundo Menezes, a ação faz parte do programa Operação Contenção, voltado ao enfrentamento de facções com base em duas frentes: operação de campo e sufocamento financeiro.

“Estamos perseguindo o caminho do dinheiro dessas organizações, combatendo a lavagem de capitais e o branqueamento de recursos ilícitos. Só assim é possível enfraquecer o crime de forma duradoura”, afirmou.

O secretário explicou que a ofensiva de terça-feira foi planejada por mais de 60 dias, com base em relatórios de inteligência, imagens de drones e mapeamento de rotas de fuga. O foco, segundo ele, foi o entorno da Serra da Misericórdia, área que separa as comunidades da Penha e do Alemão — definida por Menezes como “o quartel-general do Comando Vermelho”.

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“Decidimos de forma inédita transferir o teatro de operações para a mata, criando o que chamamos de ‘Muro do BOPE’, para bloquear a rota de fuga dos criminosos”, explicou. “Esses grupos contam com egressos das Forças Armadas e de polícias, têm treinamento militar e constroem verdadeiras estruturas de guerra: barricadas concretadas, trincheiras, barricadas eletrificadas e veículos incendiados.”

‘Enfrentamento inevitável’

Sobre as mortes, o secretário afirmou que houve critérios rígidos de planejamento e execução, e que “quem se entregou foi preso”.

“Nós lidamos com criminosos fortemente armados e dispostos a enfrentar o Estado brasileiro. Havia expectativa de confronto, sim, e nossas tropas estavam preparadas para reagir de forma técnica e dentro da legalidade”, afirmou.

Menezes destacou ainda o alto nível de treinamento do BOPE, que, segundo ele, é referência mundial em combate urbano.

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“Recebemos policiais de todo o mundo que vêm aprender com o nosso batalhão. Essa é uma tropa altamente capacitada e que agiu dentro dos protocolos operacionais”, defendeu.

Crime organizado como ameaça nacional

O secretário ampliou o diagnóstico da violência no Rio, afirmando que o problema extrapola as fronteiras estaduais e exige uma resposta coordenada de todo o país.

“O que vivemos hoje não é apenas uma questão de segurança pública, é uma questão de defesa nacional. Essas facções movimentam cifras bilionárias, infiltram-se em empresas e buscam se legalizar. É preciso enfrentamento nacional, com integração entre as forças e uma legislação que reflita a realidade e a vontade do povo”, afirmou.

Entre o combate e a política

A fala de Menezes ocorre no momento em que o tema da segurança pública ganha centralidade no debate político nacional, após governadores de direita formarem o chamado Consórcio da Paz, com críticas ao governo federal e defesa de ações mais duras contra o crime.

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Enquanto o Planalto tenta responder com discursos de cooperação e criação de estruturas emergenciais, o Rio de Janeiro se torna, mais uma vez, o epicentro simbólico de uma guerra urbana que já ultrapassa os limites da segurança e atinge o campo da política — e da disputa eleitoral que se aproxima.

“O que estamos fazendo é defender o Estado brasileiro”, concluiu Menezes. “Esse enfrentamento não é apenas do Rio, é de todos nós.”

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