A resposta de Flávio para livrar o pai de ligação com atos de 8 de janeiro
Em uma das ações que pedem a inelegibilidade do ex-presidente foi anexada cópia da minuta que previa estado de defesa e o não reconhecimento das eleições
“Responsabilidade não se transmite”. É com uma resposta assim que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se sai quando questionado sobre as acusações de que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, teve papel direto como mentor do grupo de vândalos que invadiu e depredou o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 8. Incluído, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas, Bolsonaro terá que se explicar à Justiça, em especial ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sobre o grau de envolvimento e complacência com os manifestantes que atacaram a região central de Brasília.
A ação mais adiantada e que pode representar dor de cabeça para o ex-capitão foi proposta pelo PDT e dela consta a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres sobre a decretação de um estado de defesa para não reconhecer o resultado das eleições de outubro. Advogados e interlocutores do TSE acreditam que o caso possa ser levado a Plenário já a partir de março, funcionando como um termômetro do ânimo da Corte Eleitoral em tornar Bolsonaro inelegível.
Neste sábado, Flávio Bolsonaro comentou, após participar de um evento do PL, sobre o tortuoso périplo judicial do pai. “O que tem que existir é uma investigação para ver se esse cara que está vestindo a camisa do Bolsonaro, será que ele é bolsonarista ou é de esquerda? Ainda que fosse apoiador do Bolsonaro, responsabilidade não se transmite. A pessoa vai responder pelos seus atos. Se a pessoa veste uma camisa do Bolsonaro e vai para as ruas fazer besteira, ela tem que ser responsabilizada, e não o Bolsonaro”, disse.