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A parceria entre STF e Defesa para derrubar o braço direito de Bolsonaro

Articulações tiveram pedido de acesso a investigações de bolsonarista e lembrança sobre episódio de fake news e urnas eletrônicas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 jan 2023, 13h35

Na tarde de sexta-feira, 20, uma articulação política de última hora, idealizada por autoridades da cúpula do Poder Judiciário e do Ministério da Defesa, selou o destino do tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e braço direito do ex-capitão ao longo de quatro anos de governo. Indicado para assumir a chefia do Batalhão de Ações e Comandos de Goiânia, Cid estava pré-selecionado para o cargo desde maio passado, mas sua indicação era criticada por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que fizeram chegar ao governo as ressalvas que tinham em relação ao militar.

Pelo menos dois integrantes da Corte – Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes – lembraram a interlocutores que Cid era investigado no tribunal por ter produzido fake news quanto à segurança das urnas eletrônicas e por ter municiado o ex-presidente com dados usados na fatídica live em que o então chefe do Executivo colocou em xeque a confiabilidade do sistema eleitoral. Somado ao episódio, recordaram que Cid também era o responsável por fazer pagamentos ainda não completamente explicados para integrantes da família do ex-capitão, usando o cartão corporativo de Bolsonaro. Os dois casos, concluíram juízes do STF, deveriam bastar para que fosse abortada a indicação de um bolsonarista de proa para um posto estratégico a apenas 200 quilômetros de Brasília.

O recado para que algo fosse feito contra a indicação chegou às mãos do ministro da Defesa José Múcio Monteiro ainda na sexta. Conforme revelou VEJA, no mesmo dia, após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os chefes das Forças Armadas, começou a circular na cúpula do Exército a informação de que a Polícia Federal, por ordem de Alexandre, poderia realizar uma operação contra Cid. Nas articulações entre integrantes do Judiciário e da Defesa para decidir o futuro do ex-auxiliar de Bolsonaro, um dos interlocutores de fato afirmou que o desgaste de tirá-lo do comando do Batalhão de Ações e Comandos agora seria infinitamente menor do que uma eventual busca e apreensão contra ele.

Para dar verniz jurídico ao cancelamento da indicação, foi aventada até a hipótese de Múcio encaminhar ao STF um ofício pedindo informações sobre a ficha corrida do tenente-coronel. A ideia era que Alexandre de Moraes, responsável por conduzir rumorosos inquéritos contra Bolsonaro e seus apoiadores, detalhasse as suspeitas que pairam contra Cid e compartilhasse com o Ministério da Defesa as descobertas. Apesar de o ministro não ter topado enviar ao Executivo as apurações envolvendo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, a parceria entre Defesa e Supremo surtiu efeito. No dia seguinte, já com a decisão política de limar Mauro Cid, o comandante do Exército, Júlio César de Arruda, perdeu o cargo após bater o pé contra a demissão. Cid, como antecipou VEJA, foi demovido de assumir o posto em Goiânia.

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